66,3% dos baianos estão individados, maior índice desde 2015
taxa de endividamento das famílias de Salvador saltou de 65,6% em julho para 66,3% em agosto, maior índice desde março de 2015, de acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Fecomércio-BA. No mês anterior, foram incluídas no rol das endividadas 6,8 mil famílias, fazendo a capital baiana alcançar 615 mil lares com algum tipo de dívida.
O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, afirmou que o aumento do endividamento por si só não é negativo. “A situação fica crítica quando as famílias não conseguem quitar esses compromissos. É exatamente o atual cenário, com aumento da inadimplência pelo 9º mês consecutivo, atingindo 30,8% em agosto, maior percentual desde março de 2013”, explicou.
A taxa dos que dizem que não vão pagar a dívida em atraso ficou praticamente estável, de 13,6% em julho para os 13,3% em agosto. Contudo, o percentual é pouco mais do que o triplo visto no mesmo mês do ano passado. “Isso indica um quadro de dificuldade do equilíbrio do orçamento doméstico diante da alta do desemprego e, por consequência, a perda da renda”, afirmou o economista.
De acordo com a análise econômica, o que chama mais a atenção é a discrepância entre as faixas de renda. A inadimplência das famílias com renda de até 10 salários mínimos atingiu os 34,7%, enquanto a taxa para os que ganham acima de 10 SM foi de 3,5%. Há um ano, a taxa era igual para os que recebem mais, porém para as famílias com renda mais baixa o percentual era de 15%.
Guilherme Dietze avaliou ainda que o principal tipo de dívida é o cartão de crédito. “Praticamente nove a cada 10 soteropolitanos precisam pagar a fatura do cartão. O crédito pessoal vem na segunda posição, mas com um percentual bem mais adequado, 7,3%. São dois tipos de crédito diferentes. O cartão como forma de consumo do dia a dia e o crédito pessoal, no qual o consumidor precisa solicitar ao seu banco e, normalmente, são usados para pagamento de dívidas em atraso”, disse.
Os juros do cartão são elevados e, para quem está nessa situação, o economista da Fecomércio-BA orientou que, “caso já tenha no horizonte que não conseguirá pagar a fatura, antecipe-se e troque a dívida mais cara por uma mais barata, negociando com os bancos e financeiras”.