Relatórios de 2013 já apontavam falhas na barragem da Samarco
Laudos apontam falhas em barragem de Samarco nos últimos três anos, a empresa não atendia de forma satisfatória ás recomendações para garantir a estabilidade da estrutura de rejeitos. O rompimento no último dia 5 da barragem da mineradora, que pertence à Vale e à anglo-australiana BHP Billiton, deixou 13 mortos e oito pessoas desaparecidas e causou um tsunami de lama até o litoral do Espírito Santo. Os relatórios produzidos pela empresa de consultoria VogBr, listam recomendações que deveriam ter sido seguidas como condicionantes para a validação da certificação de segurança, a partir de 2013, porém, as falhas persistiram elevando o risco de problemas no local. No relatório são citados problemas como canaletas trincadas, falhas nos canos de escoamento interno de água e no sistema de drenagem superficial, que visavam evitar a liquefação da estrutura da barragem. O escoamento correto da água presente nos rejeitos é uma das principais preocupações em barragens como a da Samarco, já que seu excesso eleva o risco da estrutura se liquefazer. Relatórios de 2013, 2014 e 2015 apontaram problemas no sistema interno de drenagem, em especial nos canos que ligavam o centro da barragem ao exterior. Há registro de áreas saturadas, erodidas e até surgimento de nascentes na estrutura. Em nota, a Samarco informou que a barragem estava em condições de segurança e que a empresa “realiza inspeções próprias” e conta com equipe para manutenção e identificação de anormalidades. Tudo indica que a execução das medidas de reparação de danos durará pelo menos dez anos.