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27 November 2024
Gravação do DVD de Pablo no Bahia Café Hall 2012 (Foto: Reprodução / Pida!

Produtores de Salvador reclamam das poucas variedades em casas de shows

Categoria diz sentir falta da Concha Acústica e do Bahia Café Hall.

‘Tenho migrado para os teatros’, diz empresário sobre nova opção.

“Praticamente não existem opções de casa de shows”, é o que diz o produtor Moacir Vilas Boas, sobre os espaços para espetáculos musicais em Salvador. Também dono de uma empresa de comunicação e diretor do Fórum dos Produtores Culturais e de Eventos da Bahia, Moacir conta que as casas de shows na capital baiana têm pouca capacidade de público e, por isso, ele optou por fazer shows em teatros da cidade.

“Tenho migrado para os teatros de Salvador como o Casa do Comércio e até mesmo a sala principal do Teatro Castro Alves. É mais caro fazer show em espaços improvisados para espetáculos, que é necessário montar palco, banheiro químico, alugar som, luz, do que no teatro, onde a estrutura já está pronta”, disse.

Villas Boas cita a Arena Fonte Nova como uma alternativa para shows por parte dos produtores, mas destaca que é preciso montar uma estrutura para eventos musicais, como palco, camarim, camarotes entre outros.

A arena é um complexo esportivo cultural, onde são realizadas partidas de futebol, shows e demais eventos como formaturas, aniversários e desfiles. Os shows, geralmente, são realizados no gramado de futebol e por isso, a necessidade de montar um palco, ou seja, ele não é fixo. No local, já se apresentaram atrações internacionais como o DJ David Guetta e o cantor Elton John, além da gravação do DVD de 20 anos da cantora baiana Ivete Sangalo e do show de Roberto Carlos.

De acordo com a assessoria de imprensa da arena, ao longo de dois anos de operação, o local já foi palco de 41 shows musicais, incluindo as apresentações de bandas como Playing For Change, Skank, Sinara, Cheiro, Maria Rita, Marcelo Jeneci, Alceu Valença, Elba Ramalho, Blitz, entre outros. No espaço, a capacidade de público varia entre 40 e 45 mil pessoas. No primeiro final de semana de novembro, a Arena recebeu apresentações de artistas da música gospel, que reuniram 30 mil pessoas em dois dias de evento.

A produtora executiva de uma empresa na capital baiana, Marie Mota, concorda com Moacir Vilas Boas e relata a dificuldade de encontrar casas de shows para que atrações nacionais, e até mesmo internacionais, se apresentem na capital baiana.

Obras Concha Acústica Salvador Bahia (Foto: Adenor Gondim/Secom)

Obras Concha Acústica Salvador Bahia (Foto: Adenor Gondim/Secom)

“Temos poucos espaços para shows em Salvador. Perdemos a Concha Acústica, que ainda não sabemos quando vai abrir. Perdemos também o Bahia Café Hall, onde nós estávamos chegando em uma condição melhor. O que nos sobrou foi o Wet’n Wild que não é uma estrutura bacana e não tem uma boa localização. Como ele é um espaço grande, as taxas são muito caras. Agora estamos optando pelo Barra Hall, que tem a capacidade para 2.500 pessoas, mas isso é só a metade do público que a gente está acostumado a trabalhar, mas o espaço é muito bom. Temos ainda o Espanhol, mas é um pouco complicado de trabalhar lá porque o espaço não é uma casa de show é um clube. Eles estão se adaptando, mas a gente tem problemas para montar estrutura no horário em que a piscina está funcionando, por exemplo. A gente, na verdade, não tem espaços em Salvador que possamos trabalhar para trazer grandes shows”, explica.

O Barra Hall, em 2015, realizou uma média de 15 a 20 shows, segundo informações da casa de espetáculos. No local, o público conferiu apresentações da cantora internacional Tarja Turunen, além dos nacionais Diogo Nogueira, Camisa de Vênus, Lenine e Anitta.

Já o Wet’n Wild é um espaço para shows que foi adaptado para espetáculos musicais. No final dos anos 90, início dos anos 2000, o Wet’n, como é chamado pelos soteropolitanos, era um clube. Depois foi fechado, e então virou espaço para eventos. O local tem capacidade para receber até 20 mil pessoas.

Por Maiana Belo / G1