Assaltos na passarela da Heitor Dias apavoram pedestres
Escuridão do local é arma para ladrões praticarem assaltos
Ao cair da noite, a batida do coração é mais acelerada, no mesmo ritmo dos passos e do medo que toma o corpo de quem cruza as passarelas da Avenida Heitor Dias. Quem circula pelas duas estruturas — erguidas por conta da construção da Via Expressa, que liga a BR-324 ao Porto de Salvador — tem sido alvo fácil de ladrões. Eles aproveitam a escuridão para agir. Para se ter uma ideia, na quinta-feira, dos 31 pontos de luz da primeira passarela, que liga a Vila Laura à Cidade Nova, em frente à concessionária Retirauto, 29 tinham a fiação cortada. Os outros dois, apesar de parecerem intactos, não acendiam. Segundo pessoas acostumadas a usar o equipamento, os assaltos ocorrem com frequência, a partir das 18h. Há cerca de uma semana, duas estudantes do Colégio Estadual Frederico Costa, na Vila Laura, foram roubadas por dois garotos quando voltavam para casa, por volta das 20h. Um deles segurava um caco de vidro. Conhecendo o perigo local, elas andavam a passos largos, mas os ladrões as esperavam sentados no pilar da passarela, do lado das Sete Portas. Como a estrutura estava sem iluminação, as jovens só perceberam a ameaça a cerca de cinco metros da dupla. “Elas tentaram recuar, mas eles agiram primeiro. Levaram os celulares, as bolsas e as mochilas”, contou uma vendedora ambulante que trabalha no local e acudiu as meninas. Situações como a vivida pelas estudantes amedrontam outros moradores da região, que até camuflam objetos como celular, carteira e relógio. A dona de casa Érica Patrícia Franca, 32, evita o lugar após o entardecer. Segundo ela, que mora na Cidade Nova, quem sai do trabalho durante a tarde e precisa usar o equipamento, acaba sendo vítima.