Companheiro da traficante Nem Gorda é executado em Paripe
Alex Brito das Neves foi baleado em várias partes do corpo, socorrido para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu
O companheiro da traficante Nem Gorda, Alex Brito das Neves, de 26 anos, foi morto a tiros no início da noite desta terça-feira (9) perto da casa onde morava no bairro de Paripe, em Salvador. O crime aconteceu por volta das 18h, na rua Almirante Tamandaré.
Alex, também conhecido como Grilinho, foi baleado diversas vezes nas pernas, no braço, genitália e nas costas. Ele chegou a ser socorrido pelo padrasto Antônio Luis Marcelino dos Santos para o Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos e morreu 20 minutos depois de dar entrada na emergência.
Segundo Antônio, Alex estava em casa com ele e a mãe Eliana Brito dos Santos assistindo a um filme evangélico. Ele resolveu sair na rua e logo depois a família ouviu alguns disparos e uma moto em fuga. Ao chegar na rua, o padrasto encontrou o enteado ferido no chão. Com a ajuda de alguns vizinhos, Antônio levou Alex para o hospital, mas ele morreu.
Alex tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas desde 2010 e era conhecido por ser um dos braços direito de Maria Lúcia dos Santos Gomes, a traficante Nem Gorda. Ele executava as ações ordenadas por Nem e era o responsável por manter o clima de temor entre os rivais, já que possuía muita destreza com armas.
Segundo o major Eurico, comandante da 18ª Companhia Independente da Polícia Militar (Periperi), Alex comandou por um tempo o tráfico na localidade conhecida como Alto do Taque, que fica entre Mirantes de Periperi e Periperi, mesma área de atuação do ‘Bonde da Nem’. “Ele era traficante. A informação que nós temos é de que ele era militar do Exército e atuou como armeiro. Nessa época ele já cotava elementos para trabalhar na milícia dele”, disse o major.
Alex já tinha sofrido uma tentativa de homicídio há aproximadamente um ano e meio. Segundo o delegado Nilton Borba, titular da 5ª Delegacia (Periperi), na época, ele havia sido baleado na cabeça e ficou internado por muitos dias. Alex chegou a perder um pouco de massa encefálica e teve parte da coordenação motora e fala comprometidas.
Ainda de acordo com Borba, a polícia chegou a acreditar que a atuação de Alex no mundo do tráfico estava limitada por conta das sequelas. Mas, há cerca de 40 dias, o companheiro de Nem Gorda voltou a ser preso na companhia de outros envolvidos com o tráfico. Na ocasião, Alex foi liberado por falta de provas, mas levantou suspeitas de que ele estava tentando restabelecer o comando do tráfico no Alto do Tanque.
A autoria e a motivação da morte de Alex estão sendo investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele estava com audiência marcada no dia 15, no Fórum Criminal em Sussuarana.
Há cinco anos o irmão de Alex, Álvaro Brito das Neves, 19, o Alvinho, foi morto por policiais da 18ª CIPM. Ele também tinha envolvimento com o tráfico de drogas.