Cadela grávida morre ao ser arrastada por caminhão em Lauro de Freitas
Mel foi amarrada pelo pescoço ao caminhão e arrastada por cerca de dois quilômetros
Às vésperas do parto, a cadelinha Mel foi vítima de um crime brutal na manhã do último sábado (12), no município de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Ela estava na parte externa da casa onde moravam suas guardiãs, Aline Silva, 20 anos, e Camila do Carmo, 22, quando foi amarrada pelo pescoço a um caminhão branco, de placa TJG-6975, e arrastada por cerca de dois quilômetros.
O crime aconteceu por volta das 9h, no bairro de Areia Branca. O crime é investigado pela delegada Elaine Franca, da 27ª Delegacia (Itinga). Os autores do crime foram identificados apenas pelo prenome de Nélio e Erivaldo
Camila e Aline adotaram Mel quando ela ainda era um filhote, há cerca de um ano. A cadela vivia abandonada em uma obra e elas tiveram conhecimento do filhote através de uma postagem no Facebook. “As informações que temos é de que a cadela era dócil e muito querida por todos na rua”, disse a delegada ao CORREIO.
Toda a ação da dupla, que mora na mesma localidade das guardiãs da cadela, foi presenciada por um adolescente de 14 anos, que deve ser ouvido pela delegacia nesta quinta-feira (17). “Ele [o adolescente] saiu gritando e pedindo que os dois parassem o caminhão. O menino foi correndo e avisou a Camila que a Mel tinha sido arrastada de forma brutal”, conta a vereadora Ana Rita Tavares, que representa as guardiãs da cadela no processo.
Camila e Aline chegaram a solicitar uma guarnição da 81ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Itinga) e identificaram os autores do crime. Conforme as guardiãs da cadela, os dois chegaram inclusive a confirmar o crime aos militares, mas não foram levados à delegacia. As duas afirmam que os PMs alegaram que a situação era apenas uma desavença e poderia ser resolvida no próprio local entre os envolvidos.
“Quando elas insistiram em abrir uma ocorrência, os PMs disseram que não adiantaria porque a delegacia estava sem delegado de plantão nos fins de semana”, conta a advogada. Segundo Tavares, os agressores se defenderam afirmando que a cachorra já estava morta e que eles apenas iriam jogá-la no lixo. Entretanto, o adolescente que presenciou a cena afirma que a cadela ainda estava viva quando foi arrastada. “Parece que a mãe do adolescente também presenciou o crime”, afirma a delegada.
Conforme a advogada, o corpo da cachorrinha foi encontrado dentro de um buraco em um lixão também localizado no bairro de Areia Branca. Ainda no sábado, Camila e Aline foram com a advogada registrar a ocorrência na delegacia.
De acordo com Franca, os dois suspeitos devem prestar depoimento na sexta-feira (18), no período da manhã. Conforme a delegada, o inquérito deve ser concluído de forma rápida. “A gente deve concluir o inquérito já na semana que vem e mandar encaminhar para o juizado”, afirma.
Ameaças
Segundo a vereadora e advogada Ana Rita Tavares, as guardiãs da cadela e o adolescente que presenciou o crime receberam ameaças dos suspeitos. “O adolcescente está traumatizado depois de ver aquela cena. E eles estão com medo de aparecer até porque sofreram ameaças”, afirma a advogada.
A delegada Elaine Franca afirmou que vai investigar se os acusados realmente ameaçaram às vítimas e o adolescente. “Vamos apurar também se houve realmente essa ameaça às donas e ao adolescente”, enfatiza Franca. Ela conta também que já solicitou a identificação da guarnição da PM que prestou o atendimento às donas da cadela. “Queremos descobrir o porquê da ocorrência não ter sido acionada na delegacia”, explica a delegada.