Prefeito de Itabuna diz que recebeu Emasa falida e admite discutir PPP
O prefeito de Itabuna, Claudevane Leite (PRB), culpou gestões passadas pela atual crise de abastecimento de água que vive o município do sul baiano. O gestor itabunense, que recebeu em Salvador uma ambulância do Samu, entregue pelo governo do Estado, afirmou que recebeu a Empresa Municipal de Água e Saneamento “quebrada”.
“Nos entregaram a empresa falida, devendo R$ 20 milhões de energia, uma dívida de R$ 3 milhões em produtos químicos, não tinha uma máquina funcionando, três meses de salários atrasados, o INSS não era pago há muitas gestões e, até parece brincadeira, mas tinha oito anos que nem o aluguel da empresa era pago”, disse, em entrevista ao Bocão News, na manhã desta terça-feira (16).
Segundo o gestor, que completará três anos à frente da administração municipal, todos os problemas relatados já foram sanados, mas a capacidade de captação de água está baixa por conta da estiagem na região. “Itabuna é a única cidade grande que não conta com um reservatório ou uma barragem, então, ela sofre muito porque depende dos rios e, nesta seca, estamos capitando apenas 50% e isso é uma situação muito grave. Itabuna foi a primeira cidade a decretar estado de emergência”, disse.
Apesar da crise, o prefeito informou que já existem ações em curso para minimizar os efeitos da redução do abastecimento de água à população. “Estamos colocando tanques em diversos pontos estratégicos da cidade e contratamos mais carros pipas para que essa crise seja a menor possível. A boa notícia é que a barragem já tem dinheiro e a empresa que ganhou já está indo para lá fazer o canteiro [de obras], mas é uma solução a médio prazo com previsão de 18 a 24 meses”, explicou.
Sobre os investimentos necessários para aumentar a oferta de água, que podem chegar a R$ 700 milhões, o prefeito disse que irá recorrer primeiro ao governo da Bahia. “No governo federal, infelizmente não tivemos êxito. Estamos tentando buscar com o governo do Estado uma parceria. Agora, uma parceria só para entregar a empresa por entregar, não entrego. Quero entregar a empresa, mas apenas de duas formas: não demitir nenhum servidor e manter a tarifa a menor possível ou, no máximo, a praticada pela Embasa, além de garantir os investimentos. Se essa proposta não acontecer, poderemos ir para uma Parceria Público Privada. Agora, a palavra privatização, e nem concessão, não existem, mas uma parceria que traga investimentos, que não demita servidores e que garanta a tarifa”, disse, ao informar que pretende realizar uma espécie de plebiscito ou referendo junto aos itabunenses. “A Emasa é um patrimônio da cidade e a gente defende que a sociedade de Itabuna também decida [seu futuro]”.