Relação negativa com o chefe influencia na pressão arterial
Um novo estudo mostrou que manter uma relação negativa com o chefe pode aumentar as taxas da pressão sanguínea – efeito dura até depois do expediente
Ter uma relação estressante com o chefe traz malefícios duradouros para a saúde. É o que diz uma pesquisa publicada recentemente no periódico científico Journal of Occupational Health Psychology.
Para o estudo, os pesquisadores da Universidade Santa Maria, em Halifax, no Canadá, recrutaram 55 trabalhadores com, em média, 43 anos de idade e 11 anos de profissão no mesmo local. Durante um dia inteiro os participantes usaram um monitor de pressão arterial que media as taxas sanguíneas automaticamente de hora em hora. Em cada medição os voluntários precisavam responder perguntas sobre o que estavam fazendo no momento, como estavam se sentindo, quando haviam conversado com o chefe pela última vez e se a interação havia sido positiva ou negativa, em uma escala de 0 a 10.
Os resultados mostraram que quando a interação era negativa, a pressão arterial subia. Para surpresa dos pesquisadores, as taxas mantinham-se elevadas até mesmo depois que o funcionário ia para casa.
“Essa descoberta é importante porque mostra que quando passamos por uma situação estressante no trabalho, nosso corpo não responde apenas instantaneamente. Os efeitos permanecem mesmo quando vamos para casa”, disse Kevin Kelloway, coautor do estudo.
Os pesquisadores acreditam que a tendência de reproduzir mentalmente e continuamente um episódio negativo, seja uma das principais responsáveis pelo stress prolongado. “De certa forma, as pessoas se “retraumatizam” e isso pode contribuir para a relação entre condições de trabalho estressantes e o desenvolvimento de problemas cardiovasculares, como hipertensão”, explicou Kelloway.
De acordo com a revista americana Time, pesquisas anteriores mostraram que o vínculo patrão-empregado pode ser uma fonte de apoio social ou um grande fator estressante, isso porque o chefe tem um grande controle sobre o empregado. “O chefe/supervisor irá decidir quais tarefas o empregado irá realizar, se ele irá receber um bônus ou um aumento. Isso é um relacionamento poderoso e, quanto mais positivo, melhor para o coração” disseram os autores.