Data de Hoje
27 November 2024

Político acusado de integrar máfia da Saúde da PM criou projeto para apoiar policiais feridos

Acusado de fazer parte da quadrilha que desviou mais de R$ 16 milhões do Fundo Único de Saúde da PM do Rio, Orson Welles da Cruz, ex-funcionário da Secretaria estadual de Governo e membro suplente da Comissão de Ética do PMDB fluminense, criou, em outubro deste ano, um projeto para “atuar junto aos familiares dos policiais militares falecidos e com aqueles que estão afastados em decorrência de licença para tratamento de saúde”. O projeto, batizado Anjo da Família, é assunto de um ofício enviado pelo secretário de Governo, Paulo Melo, ao atual comandante da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto. Orson foi exonerado do cargo, na tarde de ontem, após sua prisão.

No documento, de 14 de outubro, o secretário informa ao oficial o celular de Orson para posterior contato e informa que o projeto “visa amenizar a angústia e o sofrimento dos envolvidos, orientando, acompanhando e fazendo a intercomunicação entre os órgãos envolvidos”.

 

 

Morador de um condomínio localizado em frente à praia da Barra da Tijuca, onde foi preso, Welles — que ganha R$ 1.317,76 líquidos em seu cargo no governo — é apontado pelos promotores do Gaeco como um lobista de empresas que fornecem serviços e produtos à administração pública. Segundo a denúncia do MP, Orson “realizava e participava de reuniões e tratativas escusas, a fim de angariar contratos criminosos”. Em seu perfil no Facebook, Orson exibe fotos ao lado de nomes da cúpula do governo, incluindo o governador Luiz Fernando Pezão, o vice-governador Francisco Dornelles, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, e o secretário estadual de Esporte, Marco Antônio Cabral.

Em seu perfil no Facebook, há fotos de Orson ao lado de nomes da cúpula do governo como o presidente da Alerj, Jorge Picciani
Em seu perfil no Facebook, há fotos de Orson ao lado de nomes da cúpula do governo como o presidente da Alerj, Jorge Picciani Foto: Reprodução/Facebook

Como funcionava o esquema

Entre os acusados também estão três coronéis que faziam parte da cúpula da corporação até o final de 2014: o ex-chefe do Estado-Maior Administrativo, Ricardo Pacheco, o ex-diretor de Finanças, Kleber Martins, e o ex-gestor do Fundo de Saúde da PM, Décio Almeida. Os coronéis Ricardo Pacheco e Décio Almeida já estão presos e os agentes seguem para o interior do Rio para capturar o coronel Kleber Martins. Todos responderão pelos crimes de organização criminosa e dispensa de licitação, na Justiça comum, e, aqueles compõem os quadros da PM, de peculato e corrupção passiva, na Justiça Militar. A investigação do caso durou mais de um ano e foi feita, em conjunto, pela Ssinte e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do MP.

A quadrilha é acusada de realizar compras fraudulentas de materiais hospitalares em processos, na maioria das vezes, sem licitação. As empresas contratadas a partir do pagamento de propinas assinavam, em contrapartida, contratos milionários para o fornecimento de produtos que, por vezes, nunca chegavam aos hospitais da PM. Uma das compras investigadas foi a de 75 mil litros de ácido peracético, usado para esterilizar material cirúrgico, por mais de R$ 4 milhões em fevereiro de 2014. Por ano, a PM usa apenas 310 litros do produto, que jamais foi entregue. A Medical West, empresa que forneceu o ácido, foi paga integralmente.

Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/politico-acusado-de-integrar-mafia-da-saude-da-pm-criou-projeto-para-apoiar-policiais-feridos-18335171.html#ixzz3umzbuX3q do Fundo Único de Saúde da PM do Rio, Orson Welles da Cruz, ex-funcionário da Secretaria estadual de Governo e membro suplente da Comissão de Ética do PMDB fluminense, criou, em outubro deste ano, um projeto para “atuar junto aos familiares dos policiais militares falecidos e com aqueles que estão afastados em decorrência de licença para tratamento de saúde”. O projeto, batizado Anjo da Família, é assunto de um ofício enviado pelo secretário de Governo, Paulo Melo, ao atual comandante da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto. Orson foi exonerado do cargo, na tarde de ontem, após sua prisão.

No documento, de 14 de outubro, o secretário informa ao oficial o celular de Orson para posterior contato e informa que o projeto “visa amenizar a angústia e o sofrimento dos envolvidos, orientando, acompanhando e fazendo a intercomunicação entre os órgãos envolvidos”.

 

 

Morador de um condomínio localizado em frente à praia da Barra da Tijuca, onde foi preso, Welles — que ganha R$ 1.317,76 líquidos em seu cargo no governo — é apontado pelos promotores do Gaeco como um lobista de empresas que fornecem serviços e produtos à administração pública. Segundo a denúncia do MP, Orson “realizava e participava de reuniões e tratativas escusas, a fim de angariar contratos criminosos”. Em seu perfil no Facebook, Orson exibe fotos ao lado de nomes da cúpula do governo, incluindo o governador Luiz Fernando Pezão, o vice-governador Francisco Dornelles, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, e o secretário estadual de Esporte, Marco Antônio Cabral.

Em seu perfil no Facebook, há fotos de Orson ao lado de nomes da cúpula do governo como o presidente da Alerj, Jorge Picciani
Em seu perfil no Facebook, há fotos de Orson ao lado de nomes da cúpula do governo como o presidente da Alerj, Jorge Picciani Foto: Reprodução/Facebook

Como funcionava o esquema

Entre os acusados também estão três coronéis que faziam parte da cúpula da corporação até o final de 2014: o ex-chefe do Estado-Maior Administrativo, Ricardo Pacheco, o ex-diretor de Finanças, Kleber Martins, e o ex-gestor do Fundo de Saúde da PM, Décio Almeida. Os coronéis Ricardo Pacheco e Décio Almeida já estão presos e os agentes seguem para o interior do Rio para capturar o coronel Kleber Martins. Todos responderão pelos crimes de organização criminosa e dispensa de licitação, na Justiça comum, e, aqueles compõem os quadros da PM, de peculato e corrupção passiva, na Justiça Militar. A investigação do caso durou mais de um ano e foi feita, em conjunto, pela Ssinte e pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do MP.

A quadrilha é acusada de realizar compras fraudulentas de materiais hospitalares em processos, na maioria das vezes, sem licitação. As empresas contratadas a partir do pagamento de propinas assinavam, em contrapartida, contratos milionários para o fornecimento de produtos que, por vezes, nunca chegavam aos hospitais da PM. Uma das compras investigadas foi a de 75 mil litros de ácido peracético, usado para esterilizar material cirúrgico, por mais de R$ 4 milhões em fevereiro de 2014. Por ano, a PM usa apenas 310 litros do produto, que jamais foi entregue. A Medical West, empresa que forneceu o ácido, foi paga integralmente.