Prisco quebra o silêncio, se diz traído e desabafa sobre prisão: “Os piores dias de minha vida”
“Parecia que eu estava em pleno golpe da Ditadura Militar”, disse vereador sobre momento da prisão.
Depois de ter virado destaque em toda a imprensa por liderar a greve da PM na Bahia, em 2012 e no início deste ano, e ter sido preso em abril, o vereador Marco Prisco (PSDB) quebrou o silêncio em uma entrevista exclusiva ao Varela Notícias.
Na conversa, de cerca de 15 minutos, Prisco mostrou a revolta por conta da prisão ter acontecido, principalmente da forma como se deu, quando estava na Linha Verde, em Salvador, acompanhado da mulher e dos filhos.
“Eu só soube que seria preso no ato da prisão. Foi uma manobra do governo, fiquei muito entristecido. Não havia necessidade da prisão ser daquela forma, na frente de meus filhos, com policiais federais armados, levado para outra cidade. Parecia que eu estava vivendo 64, em pleno golpe da Ditadura Militar”, disse.
Ele negou que tivesse a intenção de fugir da capital baiana, como alguns jornalistas apontaram, e reiterou que não cometeu nenhum crime.
“Se eu soubesse da prisão, eu jamais fugiria. Uma das coisas que mais me revoltou foi o circo que foi armado, não fugiria. Tenho a consciência tranquila até hoje que não tinha cometido crime nenhum, por que eu iria fugir?”, falou.
Questionado sobre os momentos de terror que viveu dentro da prisão – o vereador ficou cerca de um mês e meio preso na Papuda, em Brasília – Prisco desabafou e lembrou que foram os piores dias de sua vida.
“Foram sem dúvida nenhuma os piores dias de minha vida. Perdi 25kg, tive dificuldades enormes com alimentação, dormia em média de 3 ou 4 horas por noite, não tinha contato com ninguém, eram 24 horas isolado”, desabafou.
E seguiu: “Outros presos e com certeza a pessoa se sente ameaçada, mas o Deus que eu creio me dava a fé que, confiando nele, eu sairia dali. Os presos ameaçaram, mas não tiveram contato comigo, porque eu ficava em cela individual, mas era um corredor e um ficava de frente para o outro”.
Prisco falou que não havia interesse político durante o movimento: “Era uma luta sindical, eu não precisava de movimento nenhum pra ser candidato”, disse.
Ele também foi questionado a respeito de como a PM é desvalorizada, na visão dele, na Bahia: “Não temos um plano de carreira e por isso temos um policial desmotivado na rua. Não temos um salário digno, nosso regulamento é arcaico. Nossa estrutura é sucateada. O que adianta ter viatura e não ter efetivo? Assaltar banco no interior da Bahia, hoje, ficou fácil”, concluiu.
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