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28 November 2024
Foto: Reprodução

Suspensão de Valcke é prorrogada em 45 dias; pena pode chegar a 9 anos

Ex-secretário-geral da Fifa é suspeito de participar de um esquema de venda ilegal de ingressos durante a Copa do Mundo no Brasil

O Comitê de Ética da Fifa decidiu prorrogar em 45 dias a suspensão provisória aplicada a Jérôme Valcke, ex-secretário-geral da entidade máxima do futebol mundial. Suspenso desde o último dia 7 de outubro, ele teria sua punição atual encerrada na terça-feira, mas um breve comunicado divulgado nesta confirmou que o ex-dirigente do organismo teve a pena ampliada e que a mesma passa a ter validade imediata.

O órgão da Fifa tomou a decisão ao atender um pedido da câmara de investigação da entidade, que anteriormente havia destituído Valcke do seu cargo pela suposta participação do dirigente em um esquema de venda ilegal de ingressos para Copa do Mundo de 2014.

A nova punição a Valcke foi anunciada também um dia depois de o comitê recomendar a suspensão por nove anos do ex-secretário-geral da entidade. O francês é acusado de violar até sete artigos do código de ética da entidade e poderia ser impedido até mesmo de entrar em um estádio até o ano de 2025. Ele é denunciado por “oferecer e receber presentes e outros benefícios”. Além da suspensão, ele pagaria uma multa de 100.000 dólares.

Líder da organização da Copa de 2014 no Brasil, Valcke atuou nos bastidores num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria gerado mais de 2 milhões de euros apenas para o bolso do dirigente. Agora a decisão sobre o seu futuro como dirigente está nas mãos do juiz Hans-Joachim Eckert, do Comitê de Ética da Fifa, que avaliará as denúncias de violação de regras de conduta, lealdade, confidencialidade, conflito de interesses, obrigação de colaborar e oferecer aceitar presentes e outros benefícios.

Falastrão e milionário, Valcke ficou conhecido por ter sugerido que o Brasil levasse um “chute no traseiro” pelos atrasos nas obras da Copa do Mundo. Na Fifa, ele levou a entidade a ser condenada por uma multinacional, o que custou a ela 90 milhões de dólares em 2006. Naquele momento, a Fifa também anunciou seu afastamento, mas ele voltaria em 2007 como número 2 da entidade.

Agora, as alegações apontam para a organização de um verdadeiro mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o “desaparecimento” de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.

Por Estadão Conteúdo