Mais de 53 mil candidatos tiraram nota zero na redação do ENEM
Mais de 53 mil candidatos que realizaram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2015 zeraram a nota da redação. Outros 104 estudantes tiraram nota mil. O número de redações nota zero é bem menor do que na edição de 2014, quando 529.374 alunos zeraram.
“A diferença é que separamos os candidatos que deixaram a redação em branco dos que realmente tiraram nota zero”, afirmou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em coletiva nesta segunda-feira (11).
A nota da redação é zerada quando: o texto possui desenhos ou informações desconexas; o candidato deixa a prova em branco ou escreve menos de sete linhas; o participante desrespeita os Direitos Humanos; ou não segue o tipo de texto exigido — dissertativo-argumentativo.
A maior parte dos candidatos tirou, em redação, nota entre 501 e 600 pontos (ao todo, 1.987.251 estudantes). Quase 1,4 milhão de alunos tiraram mais de 600 pontos.
Sobre a polêmica do tema “violência contra a mulher” nas redes sociais, Mercadante afirma que houve uma tentativa de crítica ideológica. “Isso é um fato. O Brasil é o quinto país do mundo onde há mais violência contra a mulher”, diz.
Mais de mil
O MEC confirmou que foram 13 os estudantes que alcançaram a maior nota da história do exame em matemática. O UOL entrevistou três desses estudantes: o piauiense Vitor Melo Rebelo, de 18 anos, e os paulistas Mathias Dunker, de 19, e Felipe Kenzo Granado Miura, de 17.
“Foi uma surpresa. Nem sabia que dava para tirar mais de mil”, disse Dunker, que pretende cursar física na Fuvest, vestibular da USP (Universidade de São Paulo). Rebelo, que quer medicina, também se surpreendeu com o resultado. “Não sabia que podia ser mais de mil. Fiquei surpreso, achei que o site estava com algum problema, que era um erro.”
Entenda a nota do Enem
A metodologia utilizada para correção do Enem é a TRI (Teoria de Resposta ao Item), modelo estatístico que permite que diferentes edições da prova sejam comparáveis. Na TRI, leva-se em conta para o cálculo da nota não apenas o número de acertos do candidato, mas o nível de dificuldade de cada item. Na TRI, leva-se em conta a coerência das respostas do participante diante do conjunto das questões que formam a prova. Por isso, o número de acertos não tem correspondência direta com a pontuação final.
Não é possível comparar o número de acertos nas provas de diferentes áreas do conhecimento. Se um aluno acerta a mesma quantidade de itens nas provas de matemática e ciências humanas, por exemplo, não significa que a pontuação obtida será igual. Isso porque o nível de dificuldade de cada prova e dos diferentes itens que a compõe afetam esse cálculo final.