ILHÉUS: MÃE DE FAMÍLIA MORRE POR SUPOSTA FALTA DE ATENDIMENTO DE MÉDICO
Em contato com a nossa redação, familiares de Edenilsa Santos (29 anos), moradora do distrito de Serra Grande, Uruçuca, relataram que no último domingo (07), por volta das 13:30h, ela foi ao hospital São José, com fortes dores na região do abdômen, objetivando receber atendimento. Chegando lá, foi atendida pelo médico plantonista, que afirmou que a paciente precisava de uma avaliação de um médico cirurgião.
De acordo com os parentes de Edenilsa, as horas foram passando e nada acontecia, quando um irmão da enferma, questionou o que seria feito, já que ela estava sofrendo na espera, sentada em uma cadeira, sem receber soro, no aguardo de uma possível vaga no hospital Regional, que também estava sem médico.
Por volta das 21h do domingo (07) ela foi liberada, mesmo continuando a sentir as fortes dores.
Na segunda-feira (08), segundo os familiares, ela foi levada novamente ao São José, que não estava realizando atendimentos, e em seguida ao Regional, que não havia médicos. Então eles foram para Itabuna, no hospital de Base Chegando lá, afirmam os familiares, ela foi atendida e avaliada pelo médico cirurgião e o clínico de plantão. Os familiares de Edenilsa afirmam que foi retirado um raio X dela, onde o médico cirurgião constatou algo de errado, mas não deu importância ao caso, se limitando a dizer que poderia ser algo com os rins, passou medicamento, deu uma injeção e a liberou
Na madrugada, Edenilsa começou a sentir novamente as fortes dores, e foi levada pela ambulância do posto de saúde de Serra Grande, para o Regional, que, mais uma vez, não tinha médico.
Então, de acordo com os familiares, eles vieram para o São José, onde deu entrada na emergência as 8h da manhã da terça-feira (09), onde foi avaliada pelo médico de plantão.
Ainda de acordo com seus parentes, o médico pediu um hemograma, que apontou um processo inflamatório, e que ele não sabia do que se tratava especificamente.
Como Edenilsa não reagia à medicação, as dores aumentaram, e ela passou a sentir também falta de ar. Tudo isso, afirmam os familiares da paciente, vinha sendo comunicado ao médico, que afirmava que ela necessitava de uma avaliação de um médico cirurgião. Mais tarde, segundo os familiares dela, ele pediu um raio x, esperando quase três horas.
“Foi quando o médico disse que havia uma obstrução no intestino dela, mas que só um médico cirurgião poderia ver se era algo que necessitava de cirurgia, ou não, e que ele como clínico geral, não tinha como dar o diagnóstico. Só deu tempo de sair da sala dele, e ela deu a primeira parada cardíaca, onde ficou 20 minutos sem sinais vitais”, relatam os parentes.
Segundo seus familiares, ela foi retirada da cadeira, onde ficou das 8 da manhã até as 17h, e levada para a maca, onde tentaram reanimá-la. Ela foi entubada, para esperar uma vaga na UTI, mas acabou falecendo pouco tempo depois.
Os familiares de Edenilsa, que deixou três filhos, o mais novo de cinco anos, estão revoltados e bastante consternados com a situação.
“Por falta de uma avaliação de um médico cirurgião, tanto no São José quanto no Regional, uma mãe de família morre sem assistência médica. Quantos pais e mães vão seguir morrendo por falta de atendimento? Estamos horrorizados com tamanho descaso, onde uma pessoa fica em observação mais de 6 horas, sem apresentar melhoras, e o médico não pede urgência nos exames, nem uma transferência e nem a coloca em uma maca”, desabafa
Fonte : ilhéus 24 horas