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30 September 2024
500 quilos de ouriços do mar capturados (Foto: Olympus DigitaI Câmera)

Saiba como agir após acidente com “pinaúna”

De acordo com especialistas, cerca de 50% dos casos envolvendo acidentes com banhistas estão relacionados a ataques do ouriço do mar.

Com os dias mais quentes do verão, mesmo por conta das últimas chuvas que tem caído no litoral da Bahia, muitos são os baianos e turistas que não resistem às tentações da estação mais aguardada do ano principalmente para aproveitar as belas praias que compõem a nossa parte costeira.

De norte a sul, atrativos não faltam para dar aquele mergulho. Contudo, é nessa época que acontecem diversos acidentes, principalmente com animais como ouriços do mar e águas vivas.

De acordo com especialistas, cerca de 50% dos casos envolvendo acidentes com banhistas estão relacionados a ataques do ouriço do mar – aqui na Bahia também conhecido como pinaúna.

Geralmente o animal, que tem como características a grande quantidade de espinhos e estão localizados próximos as pedras, podem se tornar armadilhas para os banhistas que caminham por esses locais, pisando e até mesmo tocando-o.

“A depender da profundidade em que entrar o espinho, pode haver sangramento e a pessoa sentir uma dor muito grande. O objeto ainda pode levar bactérias que causam infeccção, podendo evoluir para uma febre e até mesmo gerar uma secreção. Caso a pessoa não consiga, por ela mesma, a retirada do espinho, a solução é buscar ajuda médica. Interessante também seria a pessoa tomar a vacina antitetânica, caso não esteja com ela em dia”, disse a dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Irene Spínola.

De acordo com a especialista, o importante é que o banhista ferido não mantenha o pedaço do objeto dentro da pelo e, em certos casos, antibióticos podem ser receitados para ajudar na melhora. “Todos os cuidados têm de ser tomados para que se evite a infecção”, reforçou Irene.

Outro animal bastante conhecido de quem freqüenta as praias do litoral do estado e que normalmente dá sustos em muitos banhistas é a água-viva e seus vários tentáculos que, ao entrar em contato com a pele humana, geralmente trazem como principais sintomas ardência e vermelhidão. Devido à sensibilidade, para algumas crianças a dor chega a ser intensa.

“Nesse caso, o interessante é que se lave o local com bastante água fria e doce ou até mesmo colocar gelo, para diminuir a sensação de ardência e dor. Vale também colocar a pessoa em um local com sombra para evitar a exposição ao sol”, alertou a dermatologista ressaltando que o sabão não é indicado para uso nestas situações.

Receitas caseiras

Contudo, na ânsia e resolver logo a situação, muitas pessoas apelam para a crendice popular e querem aplicar no local líquidos como urina e vinagre. Para Irene Spínola, essa atitude deve ser totalmente evitada.

“Pode até piorar a situação a depender do caso. O que a pessoa deve fazer, se os sintomas não cessarem, é procurar um dermatologista que pode passar uma pomada ou creme que contenham, em sua composição, antiinflamatórios ou antialérgicos”, explicou.

Além dos dois animais já citados acima, a especialista alertou para um terceiro animal marinho que é muito comum na Baía de Todos-os-Santos e pode trazer transtornos para os banhistas por ser considerado venenoso: o niquim.

Apesar de relativamente pequeno – ter aproximadamente 15 centímetros quando atinge a fase adulta –, o perigo dele está nos espinhos em seu dorso que, em contato com a pele, pode soltar um veneno.

Dentre seus principais hábitos está o fato de ficar sorrateiro, aguardando o momento de a vítima entrar em um local próximo ao habitat dele para dar o golpe.

“O espinho dele, além de causar uma dor irritante, haver sangramentos e pode haver infecção. Nessa situação, a pessoa deve imediatamente procurar ajuda médica”, contou a dermatologista.

Pode ser necessário, assim como no ouriço do mar, que o atingido precise tomar a vacina anti-tetânica. “Precisamos estimular a vida ao ar livre, mas de maneira consciente e tomando os devidos cuidados para que seja uma experiência prazerosa”, salientou Irene Spínola.

Por Yuri Abreu / Tribuna da Bahia