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28 November 2024
Foto: Agencia Brasil

Lava Jato: PF cumpre novos mandados e investiga fraudes em obras de ferrovias

 São alvos da polícia ex-diretores da Valec e empreiteiras investigadas no petrolão, como Odebrecht, OAS Constran e Camargo Corrêa; PF cumpre mandados em 6 Estados e no DF

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira a Operação “O Recebedor” que investiga um suposto esquema de propina e fraudes na construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste com base em provas colhidas na Operação Lava Jato. Ao todo, a PF cumpre sete mandados de condução coercitiva e 44 de busca e apreensão em seis Estados – Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Goiás – e no Distrito Federal.

A operação, que é conduzida pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal em Goiás, mira em contratos firmados entre a estatal Valec, responsável pelas obras da ferrovia, e empreiteiras investigadas no petrolão, como Odebrecht, Queiroz Galvão, Constran, OAS, Mendes Júnior, Camargo Corrêa, entre outras. O ex-presidente da Valec João Francisco das Neves, o Juquinha, é um dos alvos de condução coercitiva.

A operação foi deflagrada a partir de um acordo de leniência e de colaboração premiada firmado com a empresa e pessoas ligadas à Camargo Corrêa. As investigações apontam que o esquema pode ter causado um rombo de 631,5 milhões de reais aos cofres públicos, considerando-se apenas os trechos construídos no Estado de Goiás. No acordo, a Camargo Corrêa revelou ter pago, sozinha, mais de 800.000 reais em propina para Juquinha.

Segundo a PF, as empreiteiras faziam pagamentos regulares, por meio de contratos simulados, a um escritório de advocacia e a mais duas empresas indicadas por Juquinha. As empresas funcionavam como fachada para maquiar a origem ilícita do dinheiro. Todos os alvos devem responder pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O nome da operação faz referência à defesa apresentada por um dos alvos em uma investigação anterior chamada de “Trem Pagador”. Nela, a defesa dos investigados alegou que “se o trem era pagador, o alvo não fora o recebedor”.

Esta não é a primeira vez que provas levantadas na Lava Jato originam uma nova operação. Em dezembro do ano passado, a PF deflagrou a Operação Cratons contra a extração e comercialização ilegal de diamantes em terras indígenas, no interior de Rondônia. Um dos alvos em comum era o doleiro Habib Chater, que era ligado a Alberto Youssef e era o dono do posto de gasolina que supostamente lavava o dinheiro da Lava Jato.

Confira os alvos de mandados da Operação O Recebedor:

Paraná: Cr Almeida S/A Engenharia de Obras; Ivai – Engenharia de Obras S/A

Maranhão: Agrossera – Agropecuária e Industrial Serra Grande Ltda

Rio de Janeiro: Construtora Norberto Odebrecht S/A

Minas Gerais: Servix Engenharia S/A – (Lagoa Santa/MG); Spa Engenharia Ind. E Com. Ltda;

Egesa Eng. S/A; Construtora Barbosa Mello S/A; Consórcio Aterpa M. Martins – Ebate;

Torc – Terraplanagem Obras Rodoviárias e Const. Ltda; Hugo De Magalhães;

João Bosco Santos Dutra; Bruno Von Bentzeen Rodrigues; Eduardo Martins;

Daniel Nóbrega Lima De Oliveira

São Paulo: Construtora Queiroz Galvão S/A; Mendes Júnior Trading E Eng. S/A;

Galvão Engenharia; Constran S/A – Construções E Comércio; Construtora OAS S/A;

Serveng Civilsan S/A Empresas Associadas de Engenharia; Cavan Pré-Moldado S/A;

Tiisa – Infraestrutura E Investimentos S/A; Braemp Brasil Empreendimentos E Participações Ltda;

Por Pedro Augusto Carneiro Leão Neto/Veja