Morre tartaruga ferida em desova na BA
Morreu no último fim de semana na praia de Pitangueiras, orla norte de Porto Seguro, a tartaruga marinha que foi ferida gravemente. A informação foi confirmada nesta tarde (1°) pelo gerente executivo do Ibama de Eunápolis, Henrique Jabur.
A tartaruga, que era da espécie em extinção “Eretmochelys imbricata”, conhecida como tartaruga-de-pente, teve um ferimento profundo na cabeça e um ferimento no casco, o que causou uma hemorragia que levou o animal a óbito, segundo Henrique Jabur. A carcaça foi enterrada em um local não divulgado pelo Ibama.
Ela estava em período de desova e cento e cinquenta ovos foram retirados. Parte deles já estava pronto para a incubação, que é quando a tartaruga faz o ninho e deixa os ovos na areia. Foram descartados os ovos que não estavam nesse período. Os que foram aproveitados estão em um recinto fechado e serão acompanhados por especialistas do Ibama. De acordo com Jabur, os filhotes devem nascer no prazo de 45 a 60 dias.
O caso
A tartaruga marinha da espécie “Eretmochelys imbricata”, conhecida como tartaruga-de-pente havia sido ferida gravemente com golpes de faca por um homem numa praia de Porto Seguro e foi resgatada por policiais militares da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental de Porto Seguro (Cippa). O animal pesava cerca de 80 kg.
A tartaruga teve duas lesões de aproximadamente 15 cm de comprimento no casco e uma lesão profunda na cabeça, com cerca de 6 cm de profundidade, ocasionadas pelos golpes, que deixaram expostos tecidos internos do animal e provocaram hemorragia, de acordo com a equipe médica-veterinária que atendeu o caso.
Os veterinários confirmaram a presença de ovos no interior da tartaruga através de exames. Segundo o Ibama, a indução para retirada dos ovos só poderia ser feita após um período mínimo de 15 dias, tempo necessário para estabilizar a condição de saúde do animal. Com o óbito, a retirada dos ovos foi feita na tentativa de preservar os filhotes.
De acordo com o órgão ambiental, a tartaruga-de-pente costuma desovar no litoral da Bahia e é uma espécie criticamente ameaçada de extinção, conforme Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção, do Ministério do Meio Ambiente, e classificação da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN).