Dirigente hoteleiro diz que mais hotéis podem fechar como o Pestana
O presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), Silvio Pessoa, comentou nesta terça-feira (1º), em entrevista Rádio Metrópole, sobre a atual situação do turismo em Salvador com a falta do Centro de Convenções e o fechamento do maior hotel da capital baiana, o Pestana. “O Pestana é um hotel icônico, num ponto muito bonito. Recebeu reis, rainhas. Isso repercute negativamente para Salvador e para a Bahia”, disse.
De acordo com Pessoa, a prefeitura e o governo do estado devem se unir para ter um bom resultado, pois a crise econômica tem atingido o setor diretamente. “Espero que o município e estado se unam. Não adianta a prefeitura fazer uma cidade bonita e se não tiver uma parceria com o estado. O ministério do Turismo tá inoperante, Embratur tá inoperante. É fato, o réveillon foi divulgado com 3 meses de antecedência, foi excelente. Tivemos um bom janeiro e o carnaval desse novo formato, mais próximo da população é um atrativo, precisamos de blocos, camarotes, mas precisamos do que o povo pede”, destacou.
Também falou sobre o desemprego e afirmou que outros hotéia podem fechar. “Qualquer hotel precisa de 60% de ocupação para manter o ponto de equilíbrio. Perdemos 10 mil postos de trabalho ano passado que não foram recuperados. Ano passado foi o pior dos últimos 30 anos. Trabalhamos no vermelho. Se não reverter esse quadro, outros hotéis seguirão o mesmo caminho. Essa noite teve 47% de ocupação”, disse.
Segundo Pessoa, devido a reforma do Centro de Convenções congressos e eventos não estão mais sendo realizados na cidade. “Não saiu do papel. Passou 1 ano e 3 meses e só agora a Marinha propõe conversar para uma possível mudança de endereço. Estamos sem disputa de mercado. O Centro de Convenções que tem 37 anos precisa de manutenção, conservação pra pelo menos ajudar a captação de eventos. Somos o terceiro polo que recebe mais turismo no Nordeste, ensinamos ao mundo fazer turismo e hoje estamos patinando”, finalizou.