Montadoras produzem apenas metade da capacidade devido à crise financeira
A indústria automotiva brasileira produziu menos da metade de sua capacidade no primeiro bimestre desse ano. Os números se devem a crise financeira, segundo a associação das montadoras, Anfavea. “Em janeiro e fevereiro, operamos em ociosidade de 64%”, disse o presidente da entidade, Luiz Moan, na última sexta-feira (4), ao apresentar o balanço mensal. “A sustentabilidade do setor está bastante prejudicada”, completou.
Segundo ele, o país tem capacidade para produzir 5 milhões de carros, caminhões e ônibus ao ano, mas deve fechar 2016 com 2,44 milhões fabricados, ou seja, metade da capacidade.
A Anfavea diz não ter como comparar este nível de ociosidade com o de outros anos por fazer esse levantamento apenas pontualmente e não ter uma série histórica.
No ano, de acordo com a previsão, as fábricas de carros usarão 50% da capacidade; as de veículos pesados, apenas 26%.
Queda no ranking mundial
Em 2015, pela primeira vez, desde 2007, a produção de veículos no Brasil ficou abaixo de 3 milhões de unidades.
Assim, o país perdeu mais uma posição no ranking mundial: terminou em 9º lugar, atrás de China, Estados Unidos, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Índia, México e Espanha, de acordo com dados da associação mundial dos produtores, a Oica.
7,3 mil em ‘layoff’
Com o freio na produção, as empresas lançam mão de recursos como a suspensão temporária de contratos, o chamado “layoff”, para lidar com a ociosidade nas fábricas.
Diversas aderiram ainda ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que reduz o número de horas trabalhadas e o salário.
Segundo Moan, atualmente, as montadoras têm 36,4 mil empregados com algum tipo de restrição na jornada, sendo 29.100 no PPE e 7.300 em “layoff”, incluindo os 1.500 da Mercedes-Benz que em São Bernardo do Campo (SP)
e 800 que estão em férias coletivas na Volkswagen, na mesma cidade, e que, segundo o sindicato local, deverão entrar em “layoff” posteriormente.
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