População reclama de falta de remédios em Salvador
Alguns medicamentos procurados não fazem parte da lista do SUS
Além de ter que desembolsar mais dinheiro para comprar medicamento que não é fornecido pelo Sistema Único de Saúde – conforme aumento anunciado de aproximadamente 12,5% – paciente que faz uso contínuo, ou não, de medicação do SUS está sofrendo com a falta de alguns remédios em Salvador.
De acordo com dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) pelo menos 75% da população conta com próprios recursos para a compra de remédios, mas com a elevação dos preços, o desafio ao acesso do produto será maior. Mas o pior é buscar na farmácia do posto de saúde e constatar que na prateleira não tem o remédio necessário para aliviar a enfermidade, fato que tem comprometido a saúde de várias pessoas na capital baiana.
A dona de casa Josene Abreu, moradora do IAPI, na tarde de quarta-feira foi, pela primeira vez, ao 14º Centro de Saúde localizado nas Sete Portas, na esperança de adquirir, gratuitamente, Albendazol, remédio antiparasitário muito utilizado no tratamento de infecções causadas por parasitas intestinais, e ácido fólico, ou vitamina B6, que tem funções como prevenir anemia, depressão, doenças cardíacas e depressão, este para o filho Jefferson, de apenas quatro anos. “O pessoal da farmácia me informou que não tem nenhum dos dois. Isto é um absurdo. É um serviço público que sempre que nós, cidadãos, precisássemos, deveria estar à nossa disposição”, comentou na oportunidade, ao sair da unidade.
No mesmo dia e turno, o aposentado Fernando Carvalho, residente em Macaúbas, foi ao Centro de Saúde Péricles Esteves Cardoso, situado à Rua Esperança, no Barbalho, na busca de metformina, um antidiabético de uso oral. “Vou ter que voltar amanhã. Informaram que o rapaz que toma conta da farmácia precisou sair por causa de um acidente com o irmão dele e não tem outra pessoa para atender”, lamentou, acrescentando que “quando o posto estava em reforma a gente também não encontrava os remédios. Mas agora sempre tem”, afirmou.
Com uma coceira no corpo que provocou até sangramento, a aposentada Antonia Izabel dos Santos, residente no Calabar, saiu de casa na última quarta-feira para tentar encontrar loção, pomada e comprimidos, depois de uma consulta ao dermatologista. Com receita em mãos foi ao posto de saúde do bairro onde mora, na unidade do Centro Histórico, no 5° Centro e, por último no Centro de Saúde Ramiro de Azevedo, que fica no Campo da Pólvora.
“Só consegui a loção no 5º Centro. A pomada e o comprimido que o médico passou não encontrei em lugar nenhum”, disse desapontada. Através da assessoria de comunicação, a Secretaria Municipal de Saúde informou que no início do ano houve falta de abastecimento de remédios nos postos a nível nacional, situação já normalizada. Comunicou também que alguns medicamentos procurados não fazem parte da lista do SUS e nos enviou a lista de medicamentos atualmente faltosos. Confira:
Glicasida (Tratamento de Diabetes) – Atraso de entrega por parte do fornecedor, que já foi notificado pela SMS. A previsão é regularizar em até 20 dias.
Sinvastatina (Colesterol) – Informou que não houve repasse por parte da Sesab. A SMS fez diretamente a compra e aguarda entrega por parte do fornecedor. Prazo de até 10 dias para regularização. Vale destacar que o medicamento pode ser adquirido na rede privada que conta com o Programa Aqui tem Farmácia Popular.
Carbonato de Cálcio (Osteoporose) – Atraso de entrega por parte do fornecedor. Fornecimento deve ser regularizado até hoje, sexta-feira (01).
Carbonato de lítio (Saúde mental) – Atraso de entrega por parte do fornecedor, que já foi notificado. Fornecimento deve ser regularizado até hoje, sexta-feira (01).