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27 November 2024

Vacina contra H1N1 também previne contra outras doenças, diz especialista

A vacinação contra a gripe H1N1, antecipada para a próxima segunda-feira (18) na Bahia, não previne apenas contra a doença, de acordo com o infectologista do Hospital Aliança e professor da Faculdade Baiana de Medicina, Robson Reis. “A vacina não vai proteger só quanto à H1N1. Essa vacina protege contra Influenza A H1N1, Influenza A H3N2 e Influenza B. Essa vacina é chamada trivalente”, explica. Circulando no país desde 2009, junto aos demais vírus que mais causam gripe no Brasil, o H1N1 retornou com força no final do verão, de acordo com o médico. “Com exceção desse ano, o H1N1 circulava com uma taxa de complicações semelhante à dos outros vírus influenza. Tanto que, hoje, o Ministério da Saúde não registra mais o número de infecções. Hoje só são notificados os casos de pacientes graves, que apresentem o que chamamos de Síndrome Respiratória Aguda Grave”, explica. A síndrome – que não é exclusivamente associada ao H1N1 – é um processo de insuficiência respiratória que ataca os pulmões, impossibilitando a oxigenação do corpo devido a lesões no órgão. Caracterizada por falta de ar, desconforto respiratório e hipotensão, ela pode até matar quando associada à H1N1. A vacinação disponibilizada pelo Ministério da Saúde através da rede pública de saúde privilegia idosos, a partir de 60 anos; crianças de 6 meses a 5 anos incompletos, trabalhadores da área de saúde, mulheres grávidas ou que deram à luz há menos de 45 dias, povos indígenas, portadores de doenças crônicas não transmissíveis, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade, em sistema socioeducativo. O especialista explica que os grupos de risco podem ser divididos entre duas designações: os grupos de risco de complicações e de exposição. O primeiro designa pessoas que, uma vez contraindo o vírus, podem ter uma evolução desfavorável da doença. “É o caso de crianças, idosos, gestantes, obesos mórbidos e pacientes com doenças crônicas (pacientes diabéticos, cardiopatas, nefropatas (com problemas renais), com doenças autoimunes, neurológicas)”, enumera Reis.

 

Já o segundo inclui indivíduos que possuem maior risco de adquirir a doença por vivenciarem situações de exposição com mais frequência. Esse grupo seria composto por médicos, cuidadores de idosos, população carcerária e indígenas. “A vacina contra influenza H1N1 pode ser tomada por qualquer pessoa. O direito a aplicação através do Ministério da Saúde é de um determinado grupo, mas acredito que todos deveriam sim ser imunizados”, opina. O médico explica que a vacina, que não possui contraindicação, pode causar reações adversas, como dor no local da aplicação e no corpo, mas não tem como causar a doença em si, uma vez que é produzida com vírus inativos. “É impossível uma pessoa tomar a vacina e adoecer porque pegou a vacina”, conclui. Além da vacinação, ele orienta que as medidas de prevenção à doença estão ligadas a atitudes que podem ser tomadas para prevenir outras doenças, como ter uma boa qualidade de sono, uma alimentação equilibrada e fazer atividades físicas. “Em relação às doenças respiratórias, as pessoas acreditam que só serão infectadas se alguém doente espirar ou tossir próximo e elas inalarem esse vírus. Existe esse contato indireto, mas o contágio também pode acontecer através de um aperto de mão ou do contato com uma maçaneta. Várias partículas de vírus vão parar na mão do sujeito, e entram inadvertidamente em contato com o rosto. Assim, ele adquire a doença”, acrescenta. Outras medidas de prevenção incluem manter os ambientes arejados, evitar aglomerações, usar máscaras em caso de contato com um indivíduo infectado e orientar esse doente a tossir e espirra na dobra dos cotovelos, além de sempre lavar as mãos. “Se você está na rua e não tem como lavar as mãos facilmente, mas pega ônibus, entra em contato com corrimão e cumprimenta as pessoas no dia-a-dia álcool gel é uma dica interessante”, opina.

BN