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28 November 2024
Foto Reprodução

Aumenta o número de caxumba no Brasil em quase dez anos

O número de casos de caxumba registrados neste ano no Estado de São Paulo já é o maior desde 2008, segundo balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE da Secretaria Estadual da Saúde. Até o dia 16 de junho, quando foi divulgado o último levantamento, foram contabilizados 842 casos. Entre 2009 e 2015, o número variou, no ano inteiro, entre 118 (2014 e 671 (em 2015).

Em 2008, foram 3.394 registros. A imunização incompleta de parte da população, que não tomou as duas doses da vacina, e o fato de o vírus estar mais atuante estão entre as razões apresentadas por infectologistas para o aumento dos surtos.

“Não tem uma explicação certeira para isso, mas sabemos que é um vírus altamente infectante e ele está circulando mais. Temos uma faixa de pessoas que não foram vacinadas adequadamente para a caxumba, porque é preciso ter duas doses e, antes de 2000, a padronização do esquema vacinal era diferente”, explica Ralcyon Teixeira, médico infectologista e supervisor do pronto-socorro do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

“O prazo de incubação é de 16 a 18 dias, mas pode se manifestar em até 25 dias e a pessoa já começa a expelir o vírus.” Em janeiro deste ano, a infectologista Luciana Marques Sansão Borges, de 31 anos, teve caxumba, que se manifestou em ambos os lados do pescoço. Ela conta que ninguém de sua família nem do seu ambiente de trabalho estava com a doença.

“Foi depois da virada do ano e não tinha ido a nenhum lugar com aglomeração. Quando acordei, estava com um inchaço de um lado do rosto e com dor. Fiquei nove dias afastada do trabalho.” Apenas após o episódio que ela se deu conta de que não tinha tomado as duas doses da vacina.

Cuidados:

Repouso e isolamento são as principais orientações para os pacientes, já que não há um medicamento específico para a doença. “Não tem nenhum antiviral para caxumba. A recomendação é fazer repouso, tomar analgésico e anti-inflamatório. É importante evitar aglomerações e lavar as mãos”, diz Graziella Hanna Pereira, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.

Segundo Raquel Muarrek, infectologista do Hospital Leforte, a doença pode causar complicações, principalmente para os homens. “A caxumba pode causar meningite e pancreatite. Em homens, pode vir com orquite, que causa aumento da bolsa escrotal e dor na região.”

Por Click Notícias