Data de Hoje
29 November 2024
Foto Reprodução SBT

Dilma volta a falar em ‘’vingança’’ de Eduardo Cunha sobre o processo de impeachment

“O processo de impeachment foi aceito pelo Cunha como uma “vingança” e um claro desvio de poder”, afirmou a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em entrevista ao SBT na noite desta quarta-feira (29). Entre outros assuntos, Dilma falou sobre a atual situação política e econômica do país, o processo de impeachment no Senado, Eduardo Cunha, sobre Michel Temer, as pedaladas fiscais com a emissão de decretos de créditos suplementares que teria ferido a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e um possível retorno ao governo.

A presidente usou a entrevista para justificar o discurso de que o processo de afastamento contra ela foi “vingança” do presidente Eduardo Cunha (PMDB) e do “conspirador”, o atual presidente interino Michel Temer (PMDB).

Na mesma entrevista exibida na noite de ontem (29), Dilma declarou também que o deputado afastado Eduardo Cunha representa “uma ameaça integral em todos os sentidos” ao presidente interino, Michel Temer.

“Certamente eles não falaram sobre futebol. Com certeza trataram de assuntos que dizem respeito à governabilidade”, ironizou a presidente afastada sobre a reunião entre Temer e Cunha no último domingo (26).

Perguntada se Cunha fosse afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) antes da votação da Câmara sobre a admissibilidade do processo de afastamento no dia 17 de abril, Dilma disse que a admissibilidade do processo de impeachment ficaria comprometida. “Criaria uma situação muito ruim para o impeachment se ele tivesse sido afastado antes”, endossou Dilma.

Caso o processo de afastamento definitivo seja aprovado pelo Senado Federal, a presidente afastada disse que vai entrar com recurso para recorrer junto ao STF. A votação final do processo de impeachment está previsto para ocorrer no final de agosto, após a realização das Olimpíadas.

Dilma considera o processo de impeachment uma “batalha” e disse que o Supremo “será sempre um recurso de ultima instância” de sua defesa, mas que primeiro vai aguardar a decisão do Senado a respeito de seu afastamento definitivo. A previsão é que os senadores tomem uma decisão no mês de agosto.

A presidente afastada negou que tenha cometido crime de responsabilidade ao editar os tais decretos de créditos suplementares que levou às chamadas ‘pedaladas fiscais’, ao lembrar que estes mecanismos foram usados nos governos dos presidentes Lula e Fernando Henrique Cardoso.

Sobre a perícia do Senado feita a pedido da comissão do impeachment, Dilma enfatizou que não cometeu crime de responsabilidade, o que torna o processo de afastamento um “golpe”: “A conclusão é que não se pode falar em crime de responsabilidade”, reforçou.

Novas eleições

Caso retorne à Presidência, Dilma disse que vai defender uma proposta do Senado de realização de um plebiscito sobre novas eleições presidenciais. Ela diz que analisa a possibilidade de uma divulgação de uma carta de intenção ao povo brasileiro, caso retorne ao cargo de presidente.

Prisão de Paulo Bernardo

A presidente afastada considerou como “prudente e acertada” a decisão do ministro do STF Dias Tóffoli de revogar a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT), detido pela Operação Custo Brasil que investiga sua participação no esquema de desvio de dinheiro do Ministério do Planejamento, fato que tem sido negado por Bernardo.

Por Redação Click Notícias