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18 October 2024
Foto: Reprodução

Dilma critica legitimidade do governo Temer e diz se sentir traída

A presidente afastada Dilma Rousseff encaminhou nesta quarta-feira depoimento por escrito à comissão processante do impeachment no Senado, adotou o recorrente discurso do medo entoado por hostes petistas e disse que não praticou crimes de responsabilidade que justifiquem que ela seja retirada antecipadamente do mandato presidencial.

Em ataque direto ao presidente interino Michel Temer e aliados do peemedebista, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma afirmou que a consolidação do processo de impeachment representaria uma “ruptura institucional” e uma suposta interrupção do processo democrático, declarou ser uma pessoa “honesta” e resumiu: “devemos mostrar que sabemos dizer não a todos os que, de forma elitista e oportunista, agindo com absoluta falta de escrúpulos, valem-se da traição, da mentira, do embuste e do golpismo, para hipocritamente chegar ao poder e governar em absoluto descompasso com os desejos da maioria da população”. “Um governo sem respaldo popular não resolverá a crise porque será sempre, ele próprio, a crise”, exagerou.

A despeito de o processo de impeachment ser legítimo e previsto na Constituição, a petista disse que a ação de impedimento violaria a vontade popular expressa nas urnas em 2014, quando recebeu cerca de 54 milhões de votos. Ela classificou como “atos de rotina da gestão orçamentária” as acusações de que cometeu atentados contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, não teve ingerência sobre a liberação de recursos do Plano Safra e afirmou estar “sendo julgada, injustamente, por ter feito o que a lei autorizava a fazer”.

“Nunca, em nenhum país democrático, o mandato legítimo de um presidente foi interrompido por causa de atos de rotina da gestão orçamentária. O Brasil ameaça ser o primeiro país a fazer isto”, disse Dilma em seu depoimento.

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