Preço das carnes irá aumentar devido à alta dos grãos, anuncia ministro da Agricultura
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, deu uma notícia nada boa para os consumidores nesta quinta-feira (11). As carnes de todos os tipos (bovina, suína, aves e até peixes) sofrerão aumento e o preço do leite terá reajusta ainda mais forte.
Devido à quebra de safra que afetou a produção de grãos, usados principalmente como ração animal, o ministro disse que vê uma inflação “represada” na pecuária. Ele acredita que o consumidor final dificilmente escapará do encarecimento desses produtos e citou como exemplo mais forte o do milho.
“Os preços vão ter que subir, para fazer com que esse pessoal (os produtores) fique na atividade. Esse é um problema que vai bater pesado na inflação daqui para frente. Não sei como eles conseguiram manter os preços. O produtor de suíno, por exemplo, reclama de prejuízo de R$ 100 para cada cabeça que abate”, disse Maggi.
Nos primeiros meses de 2016, a alta no preço do milho chegou a 110% em algumas regiões do país, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra. O custo de produção de aves também aumentou 30%. Turra salienta que não há previsão de escassez este ano, porque o governo vai autorizar a importação. Mas esta situação o preocupa, “porque aves e suínos consomem 50 milhões de toneladas do produto por ano. É difícil ter um aumento de custo tão grande e não ter que repassar nada para o consumidor final”.
O ministro Maggi avisou que não há possibilidade de serem concedidos novos subsídios à agricultura e tampouco desonerações tributárias. Segundo ele, o Ministério da Fazenda já negou um pedido seu para que a importação de milho passasse a ser isenta de PIS/Cofins.
Diante do quadro atual, uma das principais companhias de carnes do Brasil, a JBS, adere à redução no volume da produção no Brasil para superar os baixos lucros. No entanto, a companhia não tem planos de fechar fábricas.