“Maníaco da seringa” faz a 1ª vítima em Lauro de Freitas
Um clima de apreensão se instalou no bairro de Portão, em Lauro de Freitas, desde a tarde do último sábado, 22, quando a empacotadora Fernanda Fernandes Santana, 20, deficiente auditiva, foi atacada pelo suposto ‘maníaco da seringa’, em um ponto de ônibus da Estrada do Coco, em frente à Madeireira Vinhático.
Ela aguardava o ônibus para voltar para casa, em São Cristóvão, depois de mais um dia de trabalho, no Hiper Bompreço, quando foi espetada no braço esquerdo. “A população está sobressaltada. As pessoas têm se mostrado preocupadas. É natural diante do ocorrido”, declarou o delegado Walmir Maia, da 34ª Delegacia (Portão), onde o fato foi registrado. Este foi o primeiro ataque no município.
Segundo Maia, a jovem não soube informar as caractarísticas do suspeito, pois estava de cabeça baixa e tinha muita gente no ponto de ônibus. Fernanda foi encaminhada ao Hospital Geral Couto Maia, em Monte Serrat, na Cidade Baixa, para fazer a profilaxia.
Além da agressão sofrida pela jovem, um áudio repassado via aplicativo WhatsApp, alertando sobre a ação do ‘maníaco’, vem aumentando a tensão entre os moradores do bairro. “Estou sabendo mesmo, ouvi um áudio e recebi uma foto do homem. Está todo mundo com medo”, contou uma senhora.
O auxiliar administrativo e colega de trabalho de Fernanda, David Perreira, 37, disse que o temor entre as pessoas que trabalham perto do ponto onde a jovem foi atacada sempre existiu, pois lá são constantes os assaltos.
Mas, desde sábado, as pessoas têm agido com mais cautela e redobrado a atenção. “Este ponto fica cheio. Olhe como está agora. O pessoal está com muito pavor, todo mundo saindo em grupo”, disse o rapaz. Segundo ele, por conta dos efeitos colaterais dos medicamentos para evitar o contágio por doenças infecciosas, Fernanda ainda não voltou a trabalhar no Hiper Bompreço.
Três casos recentes
Um jovem de 19 anos procurou a 23ª DT (Lauro de Freitas) para informar que havia sido atacado, na Av. Baira Rio, no Centro, enquanto esperava a sinaleira fechar. Com um ferimento no braço direito, ele foi orientado a procurar o Posto Médico Nelson Barros e depois voltar para registrar ocorrência. No posto, ele foi direcionado ao Hospital Couto Maia.
Por volta das 10h desta terça-feira, 25, outro homem foi atacado na Rua Novo Marotinho, no Jardim Nova Esperança. Policiais militares da 50ª CIPM (Sete de Abril) fizeram diligências para tentar prender o suspeito, sem êxito. Este foi o segundo caso registrado na 10ª DT (Pau da Lima) pelo delegado Fábio Luiz.
Outro homem foi espetado na semana passada. Somente na capital, a Polícia Civil investiga 10 casos. Na Região Metropolitana, apesar de dois ataques, somente um é apurado. Oficialmente, 11 agressões com seringas são investigadas pela Polícia Civil.
Confira os ataques já registrados
1º ataque: Em 18 de setembro de 2016, o motorista Edson do Santos Melo foi atacado na Ribeira, enquanto trabalhava. A 3ª Delegacia (Bonfim) está à frente das investigações.
2º ataque: Um soldado do Exército, de 20 anos, foi espetado no dia 7 de outubro, quando passava pela Av. Joana Angélica. O caso é apurado pela 1ª Delegacia (Barris).
3º ataque: No dia 18 de outubro, uma operadora de telemarketing foi furada por homem, na Ribeira. A delegada Ana Virginia, da 3ª Delegacia (Bonfim), investiga o crime.
4º ataque: No dia seguinte, também na Ribeira, uma adolescente de 12 anos foi atacada. A 3ª Delegacia (Bonfim) também apura este caso.
5º; 6º; 7º e 8º ataques: Já no dia 21, a polícia registrou quatro ataques. Três Três mulheres foram feridas no Centro da Cidade, na Liberdada e em São Cristóvão. Uma adolescente também foi atacada, em Fazenda Coutos. Os crimes são apurados pelas 1ª, 2ª 5ª e 12ª Delegacias (Barris, Liberdade, Periperi e Itapuã), respectivamente.