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28 September 2024
Foto reprodução

Estudante morto pelo pai sofria ‘abusos psicológicos’, diz amigo

Familiares e amigos de Guilherme Silva Neto, de 20 anos, o estudante de matemática que foi morto pelo pai, o engenheiro Alexandre José da Silva Neto, de 60, em Goiânia, afirmam que a relação entre os dois nunca foi tranquila. De acordo com relatos, o homem, que se matou após atirar no filho, constantemente criticava o jovem por ser contra a ligação dele com movimentos sociais.

Amigo do rapaz, Gabriel Soares relata que a vítima desabafava sobre os problemas que tinha em casa. “Ele contava sobre os abusos psicológicos que o pai dele fazia. Ele xingava bastante o Guilherme. O pai não sabia aceitar o posicionamento dele”, disse, informa o G1.

Uma tia da vítima, que não quer se identificar, contou que o engenheiro já havia ameaçado matar o filho, mas ninguém nunca pensou que cumpriria a promessa.

“Nunca imaginei que ele fosse fazer isso que ele fez, achava que era terrorismo. O menino tinha horário para chegar. Se ônibus atrasasse, ele já ficava mandando mensagem o tempo inteiro. Desde criança ele foi preso, não teve vida. Era criança e não podia sair de casa e brincar com os amigos dele. Só fui sair com ele agora, com 20 anos, uma única vez. Levei ele em uma festa. Nunca sai com meu sobrinho. Porque o pai nunca deixou. Nem eu ir no cinema. Ele era muito possessivo”, contou.

A parente ainda diz que a mãe de Guilherme, a delegada aposentada Rosália de Moura Rosa Silva, está muito abalada com o crime. “A vida da minha irmã acabou. Porque ela só tinha ele [Guilherme] de filho. E ela viveu esse tempo todo com esse homem, esse psicopata, por medo”, afirmou.

O corpo do estudante foi enterrado na tarde de quarta-feira (16) no Cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia. O corpo do pai, contudo, foi enterrado no Cemitério Vale da Paz, sem velório.