Crise de Geddel mina candidatura do irmão Lúcio Vieira Lima à vice-Presidência da Câmara
A crise política gerada com a saída, ontem (sexta, 25), de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo envolvido em denúncias de tráfico de influência contamina e compromete a candidatura do irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), à vice-Presidência da Câmara. O parlamentar já estava em disputa interna na sua bancada, como este site adiantou na última quarta-feira (23), de olho no segundo cargo mais importante da Casa. A eleição interna está marcada para 2 de fevereiro, quando uma nova Mesa Diretora será eleita.
O cargo ganhou poder no Legislativo após o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a posse do vice Michel Temer. Quem estiver no posto ocupará, com mais freqüência, a coordenação dos trabalhos na Casa, já que o presidente da Câmara substituirá o chefe de governo nas viagens internacionais. Também despachará no Palácio do Planalto nesses períodos. Lúcio está sendo convencido pelos colegas a submergir.
A troca de xingamentos e de acusações a familiares em plenário entre Lúcio e o colega Silvio Costa (PTN-PE), na última quinta-feira (24), véspera da demissão de Geddel, foi a primeira conseqüência da contaminação. O destempero de Lúcio assustou alguns deputados, até mesmo do PMDB, e amigos do parlamentar, preocupados com o arranhão na imagem pública da Câmara.
Com 67 congressistas, o PMDB tem a segunda maior bancada na Câmara é o partido do presidente da República. A vice-Presidência da Casa passou a ser o terceiro cargo federal mais importante que a legenda, a maior do país, pode ocupar nos próximos dois anos. Os outros são as Presidências da República, teoricamente nas mãos de Temer até 2018, e a do Senado, que dificilmente deixará de ser de um senador do PMDB, por ser a maior bancada também nessa Casa do Legislativo.
No jogo de alianças do PMDB com aliados no Congresso, o posto desejado por Lúcio passou a ser moeda de troca. Geddel e o irmão são os donos do PMDB na Bahia. Internamente, Lúcio disputa com os colegas Carlos Marun (MS) e José Prianti (PA) e terá que enfrentar deputados de outras siglas que também estão na disputa.