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14 November 2024
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Homens odeiam ser chamados de machistas. Mas seguem com atitudes machistas, diz pesquisa

Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Instituto de Pesquisa Locomotiva avaliou  “O papel do homem na desconstrução do machismo”. Os resultados mostram ser imprescindível o engajamento deles  para uma mudança efetiva de comportamento. E não adianta apontar o dedo e chamar os caras de machistas: 44% dos homens afirmaram que ser chamado de machista não o engajaria na luta pelos direitos da mulher.

A saída é uma boa conversa, mostrar a eles quais atitudes devem evitar. Mais de metade dos que deixaram de lado comportamentos machistas disseram que a mudança foi motivada por uma conversa pessoal com alguém próximo (54%). Desses, 34% mudaram porque um amigo ou parente homem falou para que não fizesse aquilo. Por exemplo, 8% pararam de se referir a mulheres por termos como “piranha” ou “vagabunda”, 18% deixaram de fazer cantadas nas ruas, mas apenas 11% não criticam o uso de roupas curtas ou decotadas.

A pesquisa entrevistou 1.800 pessoas, com 16 anos ou mais, em 70 cidades de todas as regiões do país. Segundo o leantamento, 6 em cada 10 homens acham que poderiam melhorar sua postura em relação às mulheres e 31% deles dizem que gostariam de não ser machista, mas não sabem como agir para isso. Tanto que 8% seguem se referindo a mulheres como “piranhas” ou “vagabundas” (8%) e 19% continuam cantando mulheres na rua.  Pior: 23% ainda julgam uma mulher pela roupas que veste.

O mais engraçado é  que 87% consideram que parte da população é machista, mas apenas 24% se consideram machistas. “Reconhecer o machismo no outro, e não em si mesmo, perpetua o pensamento e as atitudes machistas”, avalia Daniela Grelin, gerente-sênior do Instituto Avon.

O estudo deixa claro que ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente por que os homens não conseguem enxergar o machismo em suas atitudes cotidianas. É um trabalho de formiguinha. É preciso mostrar a eles que agir de certas formas É ERRADO, para que, quem sabe, consigam admitir o próprio machismo e mudar. Cabe a todos, homens e mulheres, esse esforço.

Por: Débora Bresser- R7