Data de Hoje
25 November 2024
Foto reprodução

Homens odeiam ser chamados de machistas. Mas seguem com atitudes machistas, diz pesquisa

Uma pesquisa inédita realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Instituto de Pesquisa Locomotiva avaliou  “O papel do homem na desconstrução do machismo”. Os resultados mostram ser imprescindível o engajamento deles  para uma mudança efetiva de comportamento. E não adianta apontar o dedo e chamar os caras de machistas: 44% dos homens afirmaram que ser chamado de machista não o engajaria na luta pelos direitos da mulher.

A saída é uma boa conversa, mostrar a eles quais atitudes devem evitar. Mais de metade dos que deixaram de lado comportamentos machistas disseram que a mudança foi motivada por uma conversa pessoal com alguém próximo (54%). Desses, 34% mudaram porque um amigo ou parente homem falou para que não fizesse aquilo. Por exemplo, 8% pararam de se referir a mulheres por termos como “piranha” ou “vagabunda”, 18% deixaram de fazer cantadas nas ruas, mas apenas 11% não criticam o uso de roupas curtas ou decotadas.

A pesquisa entrevistou 1.800 pessoas, com 16 anos ou mais, em 70 cidades de todas as regiões do país. Segundo o leantamento, 6 em cada 10 homens acham que poderiam melhorar sua postura em relação às mulheres e 31% deles dizem que gostariam de não ser machista, mas não sabem como agir para isso. Tanto que 8% seguem se referindo a mulheres como “piranhas” ou “vagabundas” (8%) e 19% continuam cantando mulheres na rua.  Pior: 23% ainda julgam uma mulher pela roupas que veste.

O mais engraçado é  que 87% consideram que parte da população é machista, mas apenas 24% se consideram machistas. “Reconhecer o machismo no outro, e não em si mesmo, perpetua o pensamento e as atitudes machistas”, avalia Daniela Grelin, gerente-sênior do Instituto Avon.

O estudo deixa claro que ainda há um longo caminho a percorrer, especialmente por que os homens não conseguem enxergar o machismo em suas atitudes cotidianas. É um trabalho de formiguinha. É preciso mostrar a eles que agir de certas formas É ERRADO, para que, quem sabe, consigam admitir o próprio machismo e mudar. Cabe a todos, homens e mulheres, esse esforço.

Por: Débora Bresser- R7