Base do Governo pode ficar dividida com eleição na Assembleia e luta eleitoral ser antecipada
A eleição para a Presidência da Assembleia Legislativa pode consolidar a divisão da base aliada do governador Rui Costa e tornar-se uma prévia do que pode acontecer nas eleições de 2018.
As declarações do Presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, afirmando que sua chapa está pronta e que nela não “tem vaga para o PSD e para o PP, mesmo que o governador Rui Costa peça” é quase uma declaração de guerra e mostra que dificilmente será possível se chegar ao consenso após uma disputa tão acirrada.
Nilo patenteou essa divisão ao afirmar: “Os presidentes do PSD e PP se juntaram para me derrotar”. Num quadro como esse a posição de Rui Costa é extremamente delicada, pois se colocar toda a força do governo para eleger Nilo, estará viabilizando pela primeira vez uma aliança entre a oposição e parte da base aliada e se colocando contra as duas forças políticas que serão o fiel da balança nas eleições de 2018.
Mesmo afirmando que não influenciará diretamente a eleição para a Assembleia, a posição política do governador estará fragilizada frente ao PSD e PP, pois o PT, partido do governador, deverá votar em bloco a favor de Nilo.
O Presidente da Assembleia fez um movimento importante ontem ao afirmar que não será candidato ao senado em 2018, mas essa é apenas uma declaração de intenção e mantém a insegurança numa eleição que terá duas vagas para o Senado sendo que uma delas já está reservada ao ex-governador Jaques Wagner.
A oposição tampouco está numa situação confortável, afinal, apoiar o atual Presidente, após criticar suas constantes reeleições e sua gestão, será uma posição contraditória frente ao eleitorado. O apoio ao candidato do PSD ou PP é um movimento mais razoável, mas, por outro lado, fortalece os dois partidos que serão estratégicos nas eleições de 2018.
Num quadro como esse, seria mais viável o governador Rui Costa convencer Marcelo Nilo a aceitar uma secretaria de Estado e buscar a unidade de sua base com um nome de consenso. Sem isso, a Assembleia Legislativa sairá dividida das eleições e seu funcionamento vai refletir já em 2017 a disputa eleitoral de 2018.