ACM Neto assume 2º mandato com desafio
ACM Neto assume hoje o segundo mandato como prefeito de Salvador em circunstâncias bastante diferentes do primeiro. Em 1º de janeiro de 2013, ele tinha uma prefeitura a arrumar e uma cidade esculhambada, ainda sendo adversário do governador Jaques Wagner e da presidente Dilma e com a economia do país indo bem (ou parecendo bem). Ganhou. Chega agora em 1º de janeiro de 2017 com a prefeitura e a cidade ajustadas ao modo dele, o governador Rui Costa contra, mas o presidente Michel Temer a favor. Surge como principal nome da oposição para a disputa em 2018, mas com uma economia em crise, vitaminada pela Lava Jato. Neto diz que o ano começa cheio de incertezas, mas preparado para encarar.
Na Prefeitura — Diante do cenário, Neto admite que toda cautela é pouca:
— Seremos conservadores. Estamos preparados para contingenciar se as receitas do Tesouro (impostos) não forem como previstas. Se não, preservaremos a banda social, como o pagamento de servidores, que é sagrado, saúde e educação. E vamos levando.
Lava Jato — A expectativa dos governistas é que Neto apareça na delação da Odebrecht e com isso quebre o encanto que o coloca como bem avaliado. Ele se diz tranquilo:
— Não é por ser citado que está incriminado. Recebi doações em 2012, sim. Mas dentro da lei. O PT quer criminalizar tudo, quer jogar nas costas dos outros um problema que é dele. Se tiver que explicar algo, explicarei.
Situação de Temer — Impopular e bombardeado de denúncias, Michel Temer vai resistir? Para ACM Neto, sim:
— Dilma não caiu por impopularidade. Caiu porque era desarticulada no Congresso. E Temer tem uma base congressual forte. Não cai.
“A esperança surpreende e abre novos horizontes, torna capaz de sonhar aquilo que não é nem imaginável”
Papa Francisco, em sua mensagem de Ano Novo
O Lula nunca gostou de mim. Os que sempre trataram de tudo com ele foram meu pai e o Alexandrino Alencar”
Marcelo Odebrecht, em depoimento aos procuradores da Lava Jato
Espólio desfeito
Apaixonado por Ituberá, onde começou a vida de construtor fazendo o porto da antiga Firestone (hoje Michelin), o empresário Norberto Odebrecht sempre estava lá com um helicóptero, de onde voava para a Serra da Papuã e tomava uma lancha, na qual ia para a ilha de Quiepe, propriedade dele, na entrada oceânica da baía de Camamu.
Os bens pessoais do velho Norberto estão sendo vendidos. O último foi a lancha.
Primeiro round
Instalado no início de dezembro, o portal da entrada na praia do Guaibim, em Valença, que uma das empresas do banqueiro Daniel Dantas doou a título de contrapartida pela liberação de um loteamento para milionários na Ponta do Curral, ruiu. Uma Topic cheia de cargas levou a bela obra ao chão.
Epigrama de Marcelo Nilo
Vista de longe, a pretensão do deputado Marcelo Nilo (PSL) de se (re) eleger presidente da Assembleia pela sexta vez consecutiva parece um absurdo intragável. Mas, quem conhece a engrenagem da Assembleia de perto e os adversários dele – Angelo Coronel (PSD) e Luis Augusto (PP) – se cala. Ou melhor, joga a indignação com Nilo (que é filho de Antas) no canto, tal é o desencanto com o cenário. O poeta Antonio Lins viu a deixa, mandou o epigrama:
Presidência a preencher,
Mesmo de clube de “antas”,
Não há muito que escolher
Entre outros e outras tantas
POLÍTICA COM VATAPÁ