Bahia: Empresário feirense fez fortuna dando golpe na CEF e vendendo suplemento ilegal
Nas redes sociais, Ricardo Peixoto esbanjava uma vida de luxo e ostentação. Preso preventivamente, ele era um dos principais fornecedores de suplementos no Nordeste.
Foi preso no município de Feira de Santana, o empresário Ricardo Ribeiro Peixoto teve três imóveis bloqueados, além de três veículos e uma lancha apreendidos durante a Operação Hedonikos, que foi deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (9). A operação pôs fim a uma vida de luxo e ostentação, principalmente nas redes sociais, fruto de golpes contra CEF e a venda de suplementos clandestinos.
Alvo de prisão preventiva, Ricardo Peixoto é investigado por suposta atuação na fabricação clandestina de suplementos alimentares, que eram distribuídos para toda a região Nordeste por meio da XPand Nutrition. A reportagem não conseguiu contato com a empresa. Mais de cinco toneladas de suplementos foram apreendidas durante a operação. Além da prisão do empresário, a PF diz que também cumpriu outros três mandados de conduções coercitivas. Os nomes dos alvos não foram divulgados.
Operação
A Operação Hedonikos, deflagrada pela PF nesta manhã, teve o apoio da Vigilância Sanitária e Ambiental do Estado (Divisa). A investigação da polícia começou há cerca de três meses, com o objetivo inicial de apurar fraudes cometidas por Ricardo Peixoto contra a Caixa Econômica Federal. Ele teria aberto contas bancárias e obtido empréstimos fraudulentos com a utilização de documentos falsos. O débito só com a Caixa Econômica Federal ultrapassa R$ 6, 5 milhões.
A investigação constatou que o empresário obteve a alteração do nome em virtude de decisão judicial de reconhecimento de paternidade, e passou a utilizar o nome antigo para cometer diversas fraudes. As fraudes estão desde a abertura de contas bancárias em instituições financeiras à constituição de empresas, tudo com o nome, CPF e RG já inativos, tendo como consequência a inadimplência perante os bancos e não pagamento de tributos das empresas.
Durante as investigações, descobriu-se também que diversas empresas do investigado com a utilização de “laranjas” atuavam na fabricação e comercialização clandestina de suplementos alimentares. Esses suplementos eram produzidos sem qualquer autorização dos órgãos de vigilância sanitária competentes e distribuídos através de lojas em Feira de Santana e Salvador, além das demais lojas do ramo em todo o nordeste brasileiro. “São produtos que estavam sendo produzidos sem nenhuma condição sanitária, sem licenciamento dos órgãosde vigilância Sanitária, produtos sem registro da Anvisa”, explicou Ana Cristina Sampaio, técnica da Vigilância Sanitária estadual.
A partir desses negócios ilícitos, segundo a PF, o empresário conseguiu constituir um patrimônio significativo, com a aquisição de imóveis, veículos de alto padrão e até mesmo uma lancha, que não eram declarados às autoridades fazendárias por estarem registrados no antigo nome ou em nome de terceiros. Os investigados – além de Ricardo, os outros não tiveram nomes divulgados – irão responder pelos crimes de estelionato, fabricação clandestina de produtos equiparados a medicamentos, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa. As informações são do G1 Bahia.