‘Desintoxicada’, Vera Fischer fala sobre polêmicas.
Vera Fischer tinha 16 anos quando Catherine Deneuve estrelou “A Bela da Tarde”. O filme de Luis Buñuel, que completa 50 anos e está sendo relançado, tornou a francesa um símbolo sexual. Até hoje, Vera tem um quadro com o cartaz do longa. Cheia das razões e verdades que qualquer adolesecente destemida tem, a atriz brasileira dava os primeiros passos rumo à fama. “Eu era uma intelectual, frequentava grupos de poesia em Blumenau. Um dia, me chamaram para me candidatar à miss. Achei um absurdo”, relembra Vera, eleita Miss Brasil em 1969, dois anos d
Não por acaso, propusemos a Vera que encarnasse, numa espécie de releitura de cenas do longa francês, a personagem Séverine, uma dona de casa rica e infeliz no casamento, que trabalha à tarde como prostituta num bordel. Coincidência ou não, a própria atriz, dois dias antes, ao se ver pronta para receber um prêmio, em Brasília, se achou parecida com Deneuve. “Me olhei no espelho e pensei nisso. Ela é um pouco mais velha que eu, mas acho que temos hoje uma semelhança”, explica Vera.
Em 1996, numa dessas sincronicidades do universo, Vera se encontrou com a francesa. As atrizes foram convidada da Ilha de Caras naquele ano. E por pouco não se estranharam. “A ideia era que fotografássemos juntas para a capa; Quando ela me viu, perguntou: ‘É com essa moça que vocês querem que eu pose?”. Eu estava linda. com um biquíni de coco, bronzeada… Ela, de bermuda, meio casual, não estava à vontade”, conta a atriz: “A primeira coisa que ela me disse foi: ‘Soube que você teve alguns problemas com seu marido e filho’. Desarmei e perguntei sobre a Chiara, que ela teve com o Marcello Mastroianni”.
Só Vera, com seu biquíni de coco e uma beleza devastadora, esteve na capa, em destaque. Deneuve, quem diria, apareceu numa foto menor. A cena ilustra bem o que Vera desperta nas pessoas. Após alguns anos mais reclusa e dedicada ao teatro, ela ressurge para causar.
“Desintoxiquei o corpo e também a alma”
Esqueça, porém, a Vera que estampou revistas e jornais, inclusive nas páginas policiais. Meio deusa, meio demônia, ela conhece bem o céu e o inferno. “Estou limpa há sete anos. Desintoxiquei o corpo e também a alma. Me livrei de muitas pessoas que só queriam me sugar”, oberva: “Minha vida pessoal sempre pertenceu a mim, só eu sabia o que passava. Muita gente lucrou com isso. Eu? Não me arrependo de nada. Faria tudo outra vez. Faz parte de quem eu me tornei”.
Vera acaba de renovar contrato com a Globo até 2019, prorrogável até 2020, fará uma participação especial na série “Assédio”, dirigida por Amora Mautner, um ensaio sensual e em breve estreia o canal “Vera Fitness” no Youtube. “Estou resgatando o lado saudável que aprendi com a minha avó”, justifica.
“Quero ser cuidada”
Mais magra, mais disposta, menos cercada, Vera tem planos e projetos. “Há tempos não tinha isso. Eu sempre senti o peso do mundo nas minhas costas. Tudo era eu. Nunca dependi de ninguém. Mas agora quero ser cuidada”, observa.
O cuidado tem vindo dos filhos, Rafaela e Gabriel, que moram com ela no amplo apartamento duplex no Leblon, do novo empresário Pedro Loureiro e do público que acolheu Vera nas redes sociais. “Sabe que eles me tratam com muito carinho? Amo ser chamada de diva, de linda… porque é verdade mesmo!”, admite. Este cerco, porém, não a impede de pensar em namorar alguém novamente.
Libido em dia
Casada duas vezes (uma com Perry Salles, outra com Felipe Camargo), Vera não quer saber de uniões convencionais. “Quero um homem que tenha a casa dele, o dinheiro dele, o trabalho dele e que a gente se encontre para namorar e ser feliz. Nunca mais quero sustentar ninguém”, avisa ela, cujo último homem que teve foi Marcos Paulo, em 2005.
A libido, no entanto, não está adormecida. “Ah, me viro sozinha, né, meu amor?”, dispara Vera, sem receio de julgamento: “Me considero uma feminista. Sabe por que? Feminista é a mulher que batalha, cria dois filhos, bota comida na mesa, passa por cima das coisas para não deixar faltar nada, conhece seu próprio corpo e sua mente