Bahia reduz contratações e projeta cenário ideal no futuro
A diminuição de 32% no número de contratações de 2016 para 2017 explica, em parte, o maior sucesso alcançado pelo Bahia nesta temporada.
No ano passado, com a necessidade de curar mazelas do elenco para não desperdiçar a chance de acesso, a diretoria tricolor se viu obrigada a extrapolar na busca por reforços. Terminou 2016 com 25 contratações feitas. Com o time mais consistente neste ano, o número caiu para 17 (confira os nomes no quadro ao lado).
Após um primeiro semestre aquém do esperado em 2016, o Bahia entrou forte no mercado no meio do ano. Tanto que, dos 25 reforços trazidos, mais da metade (13, 52%) veio apenas para a disputa da Série B, sendo que quatro dos atletas chegaram só na reta final.
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jogos teve o Bahia neste ano sob o comando de Preto Casagrande, que foi técnico interino, efetivado e tinha voltado ao cargo de auxiliar até a demissão, anunciada na noite de sábado. O clube informou em nota oficial que o desligamento ocorreu em “comum acordo”
Já em 2017 não foi necessário um reparo tão grande no elenco. Só seis (35%) dos 17 contratados desembarcaram no Fazendão especificamente para disputar o Brasileiro da Série A. Para a parte derradeira da competição, veio somente o zagueiro Thiago Martins.
Nos próximos anos, a ideia do clube é continuar reduzindo as investidas no mercado. “Isso pra mim está sempre nos planos. Quero chegar a um cenário ideal com um número bem inferior a esse [17 contratações em 2017]. Sou radical quanto a isso”, afirmou o diretor de futebol Diego Cerri.
No entanto, ele admite que esse é um planejamento a médio prazo. “Ainda estamos em um processo de reformulação de elenco. Nesta temporada tínhamos pouco dinheiro pra contratar e foi preciso arriscar mais, fazer investimentos baixos, por empréstimo. Também tivemos problemas de lesão séria, com Jackson, Hernane, Wellington Silva… e aí foi necessário repor”, explicou Cerri, que apresenta uma previsão de número relativamente alto de contratações também para 2018.
“Como a equipe foi bem, muitos atletas podem ser negociados. Aí, quando sai um tem que trazer outro. Também tem os empréstimos que acabam e a renovação natural do elenco, com as saídas de atletas que não interessam mais”.
É por conta das indefinições que Cerri prefere não estipular um número de reforços para começar 2018. Destaques da base, o goleiro Jean e o lateral esquerdo Juninho Capixaba estão perto de ser vendidos para, respectivamente, São Paulo e Corinthians. Além disso, o volante Renê Júnior está acertado com o Timão, o meia Allione volta para o Palmeiras e Régis tem boa chance de retornar ao Sport. O armador Zé Rafael é outro que pode ser negociado, e o clube não quis ficar com o lateral direito Eduardo.
Nilton e Elber
O Bahia tem procurado suprir no mercado suas perdas de atletas. Segundo o empresário André Cury, o clube já apresentou proposta oficial pelo volante Nilton, ex-Cruzeiro, que estava no Japão. Outro que interessa é o atacante Elber, do Cruzeiro, também na pauta de Sport e Chapecoense
Quem fica?
Quanto a possíveis renovações, a prioridade é o volante Edson, perto de um acerto. O atacante Mendoza também pode permanecer. Ele entraria num pacotão de reforços que o Corinthians ofereceria em troca por Capixaba – outros atletas que viriam neste negócio poderiam ser o lateral esquerdo Moisés, o meia Marlone e o goleiro Douglas Friedrich. Nos bastidores, ainda corre a notícia de que o Bahia estaria apalavrado com os volantes Elton e Luiz Antônio, além do lateral direito Nino Paraíba.
Os nomes só devem começar a ser anunciados a partir de hoje, quando será empossado oficialmente o novo presidente do clube, Guilherme Bellintani, eleito há uma semana. Também há a expectativa para a confirmação do técnico para 2018.
Certo é que o escolhido não trabalhará com um elenco numeroso. “Não gosto de grupo inchado. Penso em um elenco principal com no máximo 28 atletas para dar mais chances aos meninos da base e o técnico trabalhar de forma mais tranquila”, projetou Cerri.