Por negligência, jovens são as principais vítimas de sífilis no Brasil
Muitos jovens dos anos 1980 e 1990 cresceram assustados com a Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Ídolos como Cazuza e Freddie Mercury ficaram drasticamente mais magros, pálidos e cansados na frente dos fãs e as campanhas de conscientização ganharam robustez. Os dados relativos ao uso de camisinha apresentavam uma linha crescente, mas essa taxa caiu bruscamente.
Isso tem consequências gravíssimas. O número atual de jovens infectados com a sífilis, por exemplo, chocam. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, pessoas entre 20 e 29 anos foram as que mais adquiriram sífilis, compondo 34% dos casos no país. A faixa etária em segundo lugar é a de 30 a 39 anos, representando 22%.
Para o Ministério da Saúde, não se trata de uma epidemia, mas de mais registros. “Em 2014, a sífilis adquirida em adultos passou a ser de notificação compulsória para fins de vigilância na rede de saúde. Portanto, a melhoria da vigilância resultou em um maior número de casos notificados”, declara o órgão. O crescimento de 2014 para 2015 foi de 32,7%.
A sífilis é uma condição causada pela bactéria Treponema pallidum. A contaminação pode ocorrer de três formas: através de relações sexuais desprotegidas; congênita ou vertical (passada de mãe para filho); e por transfusão de sangue, a última sendo a menos frequente. O tratamento indicado pelo Ministério da Saúde é a administração de penicilina benzatina tanto para quem está infectado quanto para os parceiros sexuais.