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28 September 2024

Tragédia de Mar Grande: Defensora avalia acordo com empresas envolvidas no naufrágio

Mônica Aragão revelou ter conquistado uma “importante vitória”, ao conseguir na Justiça a penhora dos bens de mais três empresas

A defensora pública da Bahia Mônica Aragão afirmou, que não descarta um acordo com as empresas que pertencem ao dono de embarcação que naufragou em Mar Grande no dia 24 de agosto de 2017 e deixou 19 pessoas mortas. A tragédia fará um ano amanhã.

“A CL [Transportes Marítimos] está funcionando normalmente, ela que presta serviço. Hoje a Defensoria tem 46 ações ajuizadas, a maioria em Mar Grande. Poucas em Salvador, por preferência dos usuários. As ações foram propostas também contra a Agerba, que juntou uma defesa de mais de 400 páginas. Estamos analisando. Uma força-tarefa foi criada e isso vai seguir. Não está descartada a possibilidade de um acordo, que é a melhor forma muitas vezes. Isso pode ser feito a qualquer tempo. A gente tá sempre buscando acordo, mas até o momento a empresa não dispôs a efetuar”, disse.

A integrante da DPE ressaltou que ontem (23) conquistou uma “importante vitória”, ao conseguir na Justiça a penhora dos bens de mais três empresas, de propriedade de Lívio Garcia Galvão Jr.

A defensora afirmou que, aos Municípios de Salvador e Vera Cruz, também cabe uma atuação mais firme para evitar tragédias como a de Mar Grande.

“Evidente que a gente judicializou a questão da Agerba por ser responsável por fiscalizar o meio de transporte intermunicipal. Mas isso não impede que os Municípios se adéquem ou pensem em ajudar de forma colaborativa e ajudar nessa parte da prevenção”, pontuou.

Segundo ela, até hoje há dúvida sobre a morte de uma adolescente, se teria ou não embarcado. Mônica Aragão condenou a ausência de registro dos passageiros. “É uma grande falha [a falta da lista de passageiros], porque, quando a gente viaja de ônibus, pergunta-se se quer seguro ou não, mas você tem um registro, você sabe quem foi e quem não foi. Tem que ser pressionado pelos órgãos, pela população. A gente tem que repensar essa forma de transporte e fórmulas que atuem na prevenção. Não é possível que uma lancha que faz transporte entre municípios não tenha nenhum tipo de lista”, afirmou.