ago 26, 2018
Um do maior traficante da facção PCC acusado de diversos assassinatos é preso
O traficante José Lucas Silva Santana, 27 anos, o Zé Lucas, integrante da facção criminosa Bonde do Neguinho (BDN) foi preso na noite desta quinta-feira (23) em Vitória da Conquista, no Sudoeste da Bahia. Segundo a Polícia Civil, a facção é ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com o delegado Marcus Vinícius de Morais, da Delegacia de Homicídios, Zé Lucas foi preso em flagrante pelos crimes de associação ao tráfico de drogas e associação criminosa armada. A prisão ocorreu em uma casa no bairro Jurema, que fica próxima ao Centro de Vitória da Conquista. “Ele está entre os cinco traficantes mais perigosos da facção”, declarou o delegado. Segundo ele, Zé Lucas é autor de seis homicídios, um deles confesso, o de Iago Oliveira, ocorrido em 2016. A morte de Iago, de acordo com o delegado, ocorreu por dívida com o tráfico de drogas.
A facção BDN, que segundo a polícia, “é responsável por praticamente metade do fornecimento de drogas e centenas de homicídios, roubos e outros crimes ocorridos nos últimos anos em Vitória da Conquista e cidades circunvizinhas”, tem como líder a traficante Jasiane Silva Teixeira, 30, a Dona Maria, atualmente foragida. Dona Maria faz parte do Baralho do Crime, ferramenta da Secretaria da Segurança Pública da Bahia criada para auxiliar na captura de criminosos. No baralho, Dona Maria é a Dama de Copas. O braço direito dela é Juarez Vicente de Moraes, conhecido como Nego Juarez e de onde se originou a sigla BDN. Juarez também é procurado. Na Justiça Criminal, dona Maria é ré em seis processos: por tráfico e associação para o tráfico (quatro ações) e mais dois por homicídio qualificado, um em Vitória da Conquista e outro em Jequié. Dona Maria assumiu a liderança do tráfico na cidade em 2014, após o namorado Bruno de Jesus Camilo, o Bruno Pezão, ser morto pela polícia.
Em Vitória da Conquista, segundo a polícia e o Ministério Público, os crimes de homicídio estão ligados a disputa de tráfico entre a BDN e a facção sem nome definido liderada por Willians de Souza Filho, o Nem Bomba, que está em liberdade. De janeiro a março deste ano, ocorreram 54 homicídios na cidade – em todo o ano de 2017 foram 160. No Atlas da Violência 2018, divulgado em junho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Vitória da Conquista aparece como a 38ª cidade mais violenta do Brasil, com taxa de homicídios de 68,5 para cada 100 mil habitantes – o tolerável pelas Nações Unidas é a taxa de 10 homicídios por cada 100 mil moradores.