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28 September 2024

Para João Gualberto, Zé Ronaldo demonstrou mero oportunismo

Amigo pessoal de Geraldo Alckmin, tão amigo que é tido como o mais alquimista dos tucanos baianos, o deputado federal João Gualberto, que quando ACM Neto desistiu chegou a colocar o nome como opção para disputar o governo, não esconde a sua decepção com o fato de Zé Ronaldo, o candidato que prevaleceu sobre o nome dele, ter apoiado Bolsonaro.

– Ele (Ronaldo) é candidato de uma coligação, inclusive o PSDB, que lhe garantiu o maior tempo de televisão. Do jeito que foi, ficou parecendo mais puro oportunismo. É um exemplo ruim. E o pior é que isso pouco vai adiantar.

Gualberto disse que quando soube da informação ficou sem acreditar. Aí lhe mandaram o vídeo de Ronaldo falando nas considerações finais do debate da TV Bahia, quando pregou ‘o voto útil’ em Bolsonaro.

Pressão inócua —Se Gualberto fosse o candidato, a campanha poderia ter sido diferente, dizem alguns.

E seria?

– Poderia ter sido um pouco diferente, pode ser. Acho que faltou mais debate. As fraquezas do governo não ficaram muito claras. Eu não fui candidato principalmente por pressão dos deputados estaduais que queriam uma coligação que acabou não acontecendo.

Gualberto avalia também que houve muita coisa não prevista, como a situação nacional do jeito que está e o PT tão forte no Nordeste.

Colbert: ‘Eu meirelizei’

Indagado sobre se também ‘bolsonarizou’, Colbert Martins, prefeito de Feira de Santana, que é do MDB, mas apoia Zé Ronaldo, de quem era vice, cortou:

– Eu meirelizei.

Referiu-se a Henrique Meirelles, o presidenciável do partido dele. Mas sobre Ronaldo, fez uma ressalva:

– Ele não tinha outro jeito. Imagine que Alckmin foi proibido de ir em alguns estados para entrar nas campanhas de gente que em tese o apoiava.

Ex-amigos em rota de colisão

João Henrique, ex-prefeito de Salvador e candidato ao governo pelo PRTB, embora não passe de 2% nas pesquisas, quer ser o padrinho dos votos de Bolsonaro na Bahia. Ao saber da mudança de Zé Ronaldo, ironizou:

– Eu quero é dar risada.

O detalhe é que quem mais turbina Ronaldo com Bolsonaro é Cláudio Silva, candidato a deputado do PHS, que nos tempos de João prefeito imperou absoluto na Sucom.

As previsões para a Alba

Um deputado com expertise em fazer projeções calcula que os governistas farão com certeza 41 deputados e a oposição, 20, podendo haver pequenas oscilações.

Pelos cálculos dele, o Chapão fará 38 deputados; o PCdoB, 3; a coligação PSC, PTB e PPL fará 3; a do PHS, PPS, PRTB e PSL, 2; e a do MDB fará um, o que totaliza 61 deputados. Os dois que faltam, ressalva ele, são os que podem entrar pelas beiradas, nas sobras. A conferir.

Para Marcos Mendes, o desencanto fez Bolsonaro

Como Jair Bolsonaro, sem partido, sem tempo de tevê, sem aliados e sem campanha amealha tantas simpatias?

Com a palavra Marcos Mendes, o candidato ao governo baiano do PSOL:

– O desencanto das pessoas com os políticos, com tantos escândalos, tanta bandalheira explícita, fez com que as pessoas radicalizassem. Só que radicalizaram para o lado errado, para a banda fascista. Eu digo sempre que Bolsonaro é um Collor piorado. Externa radicalismo de direita, com um discurso fácil, frágil…

A posição de Marcos Mendes carimba a tese de que Bolsonaro é produto do fracasso moral de petistas e tucanos, que nos governaram nos últimos 24 anos, quando o jogo apodreceu.