Clubes terão cotas iguais no Brasileirão
Londres – Parece que meu sonho de ver a TV distribuir em cotas igualitárias parte da fatia entre os 20 clubes ganha forma e corpo e pode entrar na pauta a partir do ano que vem. A ideia é distribuir os R$ 1 bilhão e 600 milhões que a TV paga da seguinte forma: 40% entre os clubes de forma isonômica. Os outros 60% com pay-per-view e premiação para campeão, vice e por aí afora. Seriam R$ 640 milhões para dividir entre os 20 clubes da Série A, o que daria para cada um R$ 32 milhões, e o restante, de acordo com o que escrevi acima. Já será um grande avanço. Claro que Flamengo e Corinthians continuarão com receitas maiores, principalmente pela venda de seus jogos na TV, porém, a igualdade ajudará os clubes menores a formarem times mais competitivos, em condições de permanecer na elite. Se não é o ideal, já será um avanço, coisa com a qual sonho há anos e venho sempre cobrando aqui. O futebol brasileiro começa a ganhar corpo e forma em organização, numa iniciativa da CBF, que está lutando por essa isonomia há algum tempo. A fonte me revela que é bem provável que isso aconteça a partir do ano que vem. Seria fantástico e necessário. Estou esperançoso. Só há um problema: há clubes que já anteciparam receitas até 2022, e isso dificulta a vida deles. Não é possível gerir um clube dessa forma. A conta chega, e é dolorosa. É preciso mais responsabilidade dos clubes e gestões mais eficientes na questão financeira.
É sabido que há uma corrente pelo fim dos campeonatos estaduais. Lendo a entrevista de Adriano Aro, presidente da FMF, no Superesportes, ele disse que “a média de público tem aumentado e que a TV, que detém os direitos da competição marcou 46 pontos na final do Mineiro, entre Atlético e Cruzeiro.” Tudo bem, mas isso é pouco para que a televisão mantenha os direitos. Há algum tempo, escrevi aqui neste espaço que, conversando com um executivo da Globo, ele me disse que a emissora só comprava os estaduais pelo lado institucional, pois dava prejuízo e não eram atraentes. A conta chega e, como a emissora está passando a “sacolinha”, demitindo a torto e a direito, jogando fora profissionais do mais alto nível, trocados por repórteres inexperientes, com qualidade duvidosa, os estaduais serão os primeiros a serem rifados. É sabido que quando for a aberta a CPI do BNDES, muita sujeira virá à tona e a coisa vai feder. Infelizmente, nenhuma empresa jornalística do país sobrevive sem verba dos governos municipais, estaduais e federal. Sendo assim, a conta um dia chega. A Globo não vai ficar jogando dinheiro no lixo, com uma competição sem apelo, sem público, com jogos de qualidade duvidosa.
Acho que deveria haver uma organização melhor nas séries B,C e D para que os clubes pequenos disputem um campeonato nacional, nos moldes da série A, para ficar em atividade o ano inteiro. O que acontece com os estaduais são times de aluguel, que duram os cinco meses, são dissolvidos e os jogadores, que ganham, em média, salário-mínimo, ficam desempregados. É preciso corrigir isso, pois é sabido que somente 5% dos jogadores dos grandes clubes ganham fortunas. Os estaduais foram, no passado, fontes de receitas e de surgimento de craques, oriundos do interior dos estados. Isso não acontece nos dias atuais e é preciso modernizar para atrair público, ter jogos competitivos e de qualidade. Não adianta manter algo que é retrógrado e ultrapassado. Minha preocupação maior é a manutenção dos atletas em atividade, trabalhando o ano inteiro, e isso só será possível com uma competição nos moldes do Brasileirão. Temos competições atraentes e rentáveis, que ficam espremidas por gastarmos cinco meses do ano com os estaduais. Não dá mais. Os jogadores precisam de mais descanso para que a qualidade do espetáculo melhore. O Brasileirão deve ser disputado nos fins de semana, apenas, e a Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana no meio da semana. É assim na Europa, e deverá ser assim no Brasil.
Outra grande novidade é que o futuro presidente da CBF, Rogério Caboclo, vai mudar a filosofia de trabalho, tão logo assuma. A ideia é parar os campeonatos no Brasil toda vez que a Seleção estiver atuando, como acontece aqui na Europa. Ponto para ele. Um outro grande avanço, pois nenhum clube será prejudicado numa competição quando liberar jogador para amistosos. O calendário será cumprido à risca, sem prejuízo para equipe A ou B. Pelo jeito, o futebol brasileiro vai ganhando corpo e forma, com sintomas de melhoras fundamentais. Precisamos avançar para não deixar morrer nosso melhor produto. Somos 200 milhões de apaixonados pelo esporte bretão e quem ama não maltrata. Quer ver o que de melhor puder na sua equipe. Com relação a uma unificação do calendário com o europeu, é inviável, por questões climáticas, de tradição das férias em dezembro e janeiro, no Brasil, ao contrário aqui do Velho Mundo, que tem o verão começando em julho. Porém, já teremos avanços significativos na questão das cotas de TV para os clubes e na paralisação dos campeonatos toda vez que a Seleção entrar em campo.
126 milhões
O site UAI quebrou mais um recorde nessa temporada ao chegar, somente no mês de outubro, a 126 milhões de visualizações. É a terceira maior marca deste ano, o que prova a competência dos profissionais da plataforma, e do Superesportes, um campeão de audiência. Obrigado aos nossos colegas que fazem parte dessa conquista e aos nossos leitores, no caso do meu Blog, tão acessado e concorrido. Vamos em busca de marcas ainda mais expressivas. Ao público mineiro, e brasileiro mundo afora, o nosso muito obrigado. Nossa responsabilidade só aumenta.