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27 November 2024

Esforço por igualdade em Hollywood fracassa em promover diretoras, diz estudo

LOS ANGELES (Reuters) – Somente 8 por cento dos filmes de Hollywood mais vistos em 2018 foram dirigidos por mulheres, abaixo dos 11 por cento registrados no ano passado, apesar dos esforços para aumentar a igualdade de gênero, mostra um estudo divulgado nesta quinta-feira.

A porcentagem é aproximadamente a mesma de duas décadas atrás, de acordo com o estudo anual, que concluiu haver uma “subrepresentação radical” das mulheres na indústria cinematográfica.

“O estudo fornece nenhuma prova de que a indústria cinematográfica mainstream tenha experimentado a profunda mudança positiva prevista por muitos observadores da indústria no ano passado”, disse em um comunicado a autora do estudo Martha Lauzen, diretora-executiva do Centro para o Estudo da Mulher na Televisão e no Cinema da Universidade Estadual de San Diego.

O centro produz o relatório há 21 anos.

Alegações de assédio sexual em Hollywood vieram à tona no fim de 2017, levando a reivindicações de maior participação feminina em todos os níveis do negócio do entretenimento.

Ainda assim, em 2018 as mulheres corresponderam a apenas 8 por cento da direção dos 250 filmes de Hollywood com maior bilheteria, menos que os 9 por cento registrados em 1998.

A porcentagem total de mulheres que trabalharam por trás das câmeras, na produção de filmes, subiu para 20 por cento, em comparação a 18 por cento em 2017. A mulheres foram mais representadas como produtores, função na qual ocuparam 26 por cento dos postos. Apenas 4 por cento das mulheres atuaram como cinegrafistas.

“É improvável que essa subrepresentação radical seja remediada pelo esforço voluntário de alguns individuais ou de um único estúdio”, disse Lauzen. “Sem um esforço em larga escala, montado pelos principais players – estúdios, agências de talentos, sindicatos e associações – é improvável que vejamos mudanças significativas.”

Entre os filmes dirigidos por mulheres em 2018 estão “Uma Dobra no Tempo”, de Ava DuVernay, e “Poderia Me Perdoar?”, de Marielle Heller.