Jornalista que namorou Eduardo Bolsonaro posta indiretas, e deputado é apontado como alvo
A jornalista Patrícia Lélis, ex-namorada do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), usou o seu perfil no Twitter para publicar indiretas e fazer comentários sobre o que ela define como “macho de direita”. Os seguidores da jornalista logo presumiram que as mensagens, publicadas neste domingo, tinham como alvo o deputado. Os dois tiveram um relacionamento quando integravam a ala jovem do PSC.
A “confusão virtual” começou após Patrícia responder uma publicação do youtuber PC Siqueira, em que ele citava Eduardo Bolsonaro. A jornalista fez um comentário sobre feminismo e sobre o tipo de relacionamento que as mulheres “merecem”.
A reposta de Patrícia ao influencer viralizou. As redes sociais do deputado, da jornalista e do youtuber se tornaram um “campo de guerra”. Enquanto uns apontavam Eduardo como o alvo das mensagens, outros defendiam o deputado, xingavam a jornalista e PC Siqueira.
No meio da confusão e após novas mensagens com indiretas, sem citar o nome do deputado, até o ex-cunhado de Patrícia, o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), entrou na discussão. O filho do presidente ironizou a mensagem do youtuber em uma postagem nas redes.
As brigas e acusações entre Patrícia Lélis e Eduardo Bolsonaro se arrastam desde o fim do relacionamento, em 2016. Em abril do ano passado, Eduardo foi denunciado pela PGR por ameaças por meio de um aplicativo de celular, o Telegram, à jornalista, que trabalhava no PSC, antigo partido do deputado. O crime apontado pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, foi o de ameaça por palavra ou gesto, considerado um crime de menor potencial ofensivo.
Na denúncia apresentada por Dodge, Eduardo é acusado pelo crime de ameaça. Constam prints das mensagens que o parlamentar escreveu para a jornalista Patrícia de Oliveira Sousa Lélis. Com muitas ofensas, Bolsonaro disse que a vítima merecia ter apanhado mais para aprender a ficar calada e que ela se arrependeria de ter nascido, pois poderia ir pessoalmente atrás dela. A procuradora pediu ao ministro relator Roberto Barroso a condenação do deputado e o pagamento de indenização de no mínimo R$50 mil.
O deputado rejeitou um acordo com a PGR em relação à denúncia contra ele. Bolsonaro afirmou que é inocente e, por isso, pediu abertura de um novo prazo para responder formalmente à acusação.
“Eduardo Nantes Bolsonaro vem à Vossa Excelência informar que não aceita a proposta de transação penal formulada pela Procuradoria Geral da República pois é inocente das acusações que lhe foram feitas – aguardando a abertura de prazo para o oferecimento de resposta”, diz documento protocolado pela defesa.