Data de Hoje
23 September 2024

Em meio a contestação, Maduro assume mandato de mais 6 anos na Venezuela

Sob críticas e suspeitas internacionais, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, toma posse nesta quinta-feira 10, iniciando novo mandato, com término previsto para 2025. Apesar de contar com o respaldo das Forças Armadas e da Suprema Corte, o líder enfrenta resistência interna da Assembleia Nacional, comandada pela oposição. Ele está no poder desde 2013, como sucessor de Hugo Chávez, que assumiu o governo em 1999 e permaneceu até a morte, em 5 de março de 2013.

A cerimônia de posse ocorre a partir das 12h (horário de Brasília), com a presença prevista de Gleisi Hoffmann, deputada eleita pelo PT, mas sem participação de nenhum membro do governo Bolsonaro. O Brasil, que integra o Grupo de Lima (formado por Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lucia e México), considera a reeleição de Maduro ilegítima.

Para o grupo, com exceção do México, o poder deveria ser transmitido para o Parlamento da Venezuela, que, por sua vez, promoveria novas eleições. Nesta semana, o Peru informou que proibirá a entrada de Maduro e integrantes do governo, assim como suas famílias, no território peruano.

Maduro foi reeleito em processo que transcorreu em maio de 2018. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ele obteve 5.823.728 votos, com uma participação de 8.6 milhões dos mais de 20 milhões de eleitores (43% do total) que foram chamados às urnas, o que se traduz em um das porcentagens de participação mais baixa da história venezuelana.

O segundo colocado foi o ex-governador Henri Falcón, que ficou com 1.820.552 votos, seguido pelo ex-pastor evangélico Javier Bertucci (925.042) e Reinaldo Quijada (34.614). Outro tanto ficou com as alianças opositoras Mesa da Unidade Democrática e Frente Ampla, que pediram a abstenção por considerar que o pleito era fraudulento – para eles, a participação na “farsa eleitoral” não chegou a 30%.

Antes mesmo do término da votação, os Estados Unidos denunciaram o que consideraram ausência total de legitimidade na eleição e indicaram que não reconheceriam o resultado do processo eleitoral – o que foi seguido por diversos países.