O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, se declarou presidente interino nesta quarta-feira (23) em meio a protestos contra o regime de Nicolás Maduro que tomaram as ruas das principais cidades do país. Ele classificou a medida como necessária para pôr fim à “usurpação” do governo por parte de Nicolás Maduro. Por sua vez, também houve protestos favoráveis à permanência do sucessor de Hugo Chaves no comando do país. Em pronunciamento, Maduro fez um chamado aos chavistas e disse que eles vão ao combate.
Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o ex-embaixador Marcos Azambuja afirmou que é “fácil ver o que está acabando”, mas o que está por vir ainda é complicado. “Estamos na fumaça (…) O ciclo Chávez-Maduro está chegando ao fim. Ver o que acaba não é difícil, mas ver o que começa é mais complicado. Nessa hora é preciso criar situação que permita que os venezuelanos encontrem o caminho”, disse.
Azambuja também alertou ao papel que o Brasil deve exercer no caso da Venezuela: “tem de voltar à linguagem de sua diplomacia, moderada, construtiva e que não tenha caráter de ofensa, mas que conduza ao entendimento. Segundo, é preciso reconhecer que essa encrenca venezuelana precisa da intermediação das Nações Unidas, da OEA e de países vizinhos. Temos a responsabilidade de ajudar a Venezuela e criar ferramentas para o entendimento”.
“Fiquei preocupado com a nota brasileira, com uma linguagem acusando Maduro de ser terrorista, narcotraficante, coisas que não estão provadas. Estou cada vez mais preocupado com a contenção da linguagem e gestos (…) Diplomacia é estilo e linguagem. Temos de ser fiéis ao que o Brasil foi. Firmeza nas palavras, mas contenção nos adjetivos. Dizer o mínimo em poucas palavras e de forma construtiva”, finalizou.