Com dono evangélico, Record terá que promover o Candomblé e religiões de matriz africana
A Record vai arcar com todas as consequências por ter agredido moralmente as religiões de origem africana como o Candomblé em sua programação. O canal foi condenado em uma ação que corria na Justiça há nada menos que 15 anos, e agora, terá que integrar em sua programação quatro programas educativos sobre o tema em questão.
Cada atração terá duração de 20 minutos, explicando o verdadeiro conceito das religiões afro-brasileiras, como Umbanda e Candomblé além de um programa documental sobre a Ação Civil Pública que levou à condenação, de acordo com informações do jornal O Globo. A produção deverá ser iniciada o quanto antes.
Os conteúdos serão de cunho informativo e cultural, explicando a origem, tradições, organização, rituais e outros elementos, que pouco são conhecidos pelos brasileiros, pela falta de abordagem na TV aberta. Apesar disso, a Record não será obrigada a exibir vídeos das religiões dentro das reportagens.
Antes, eles eram exigidos na condenação feita em 2018 pelo TRF3, mas um acordo entre ambas as partes solicitou a mudança e ainda fez com que a duração dos programas fosse reduzida, de uma hora para apenas vinte minutos cada.
A ação foi instaurada em 2004 pelo Ministério Público Federal, Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Itecab) e Centro de Estudos das Relações de Trabalho e da Desigualdade (Ceert).
Os dois últimos institutos farão a concepção e a produção dos programas, mas todos os gastos serão pagos pela emissora do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus. Os vídeos das reportagens serão transmitidos três vezes. Além disso, a Record terá que pagar R$ 300 mil de indenização para o Itecab e mais R$ 300 mil à Ceert, totalizando R$ 600 mil.
Inicialmente, a Record teria que transmitir oito programas com o conteúdo, mas no final das contas, conseguiu fazer com que a pena fosse reduzida para