Afinal, qual é a estratégia que fez Anderson Silva sair elogiado do UFC 234? Confira
Afinal, qual a estratégia adotada por Anderson Silva que fez o “Spider” sair elogiado do UFC 234, após entrar no octógono como azarão e com alguns indicando que poderia ser seu fim?
Antes da luta contra Israel Adesanya, o ex-campeão dos pesados do Pride e UFC e atual diretor do UFC Rodrigo “Minotauro” Nogueira explicou porque apostava no amigo contra o nigeriano: “Anderson fez o que pouca gente consegue, ele aprendeu a “lutar velho’”.
Minotauro citou com o exemplo Bernard Hopkins, que foi campeão mundial de boxe aos 48 e 49 anos, e que trocou o seu apelido de “O Executor” para “O Alien”, por sua longevidade.
Mas o que é, afinal, “lutar velho”? Ao longo do combate, deu para perceber como o “Spider”, com menos agilidade e reflexos do que em seu auge, o que é natural, adaptou o seu jogo. Ajudou o fato de que algumas características faziam parte de seu arsenal, ele só as intensificou.
- Minimalismo: Anderson está mais econômico, se movimenta menos, sem jogo desnecessário de pernas, em muitos momentos nem saía do lugar; “lê” muito bem qual a distância em que o rival poderia trazer perigo, e desfere menos golpes. Várias vezes na luta o “Spider” evitou golpes sem ao menos pensar em sair do lugar
- Surtos de golpes: Assim como “Sugar” Ray Leonard contra Marvin Hagler no boxe, em 1987, o “Spider” selecionou alguns momentos dos assaltos para forçar a ação, pressionando e lançando combinações de golpes no adversário. Essa tática poupa energia, “ganha” o respeito do rival e impressiona os jurados
- Lado psicológico: O maior campeão dos médios do UFC deixou logo claro que Israel estava lutando com “o” Anderson Silva. Aqueles gestos de kung fu (ele treina com o “boneco de madeira” do kung fu) confundem e distraem o adversário, e sua “presença” os intimida
- Timing: Alguns veteranos conseguem compensar a diminuição da agilidade e reflexos pelo “timing”. Ou seja, conseguem “ler” e antecipar os movimentos dos adversários
- Experiência: Desde antes do Pride, o “Spider” enfrentou todo o tipo de rival e situação. Ele encara uma situação teoricamente negativa, como estar com as costas para as grades, por exemplo, sem afobação (tanto que nesse caso em particular, Adesanya não o encurralou, recuou e o chamou de volta para o centro do octógono)