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27 November 2024

Anvisa detecta 90 marcas ilegais de cigarro sendo vendidas no Brasil

Esses maços seriam mais acessíveis para crianças e adolescentes por causa do preço – e provavelmente mais perigosos para todos. Veja a lista completa

 

A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma lista com 90 marcas de cigarro que são comercializadas irregularmente no Brasil. Segundo o comunicado, o grande problema desses produtos é o fato de que, por não pagarem impostos, eles ficam mais baratos e, portanto, mais acessíveis a crianças e adolescentes – a lista completa dos produtos está no fim desse texto.

Estima-se que, em 2017, 38,5% do total de cigarros consumidos no Brasil eram ilegais, de acordo com relatório do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O documento aponta também que esses produtos atraem especialmente as pessoas de menor renda e educação. Tanto que os maços ilegais representam mais de 50% do consumo entre fumantes com menos de oito anos de escolaridade.

O preço mais alto dos itens regularizados se deve a uma ação adotada pelos países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a redução do tabagismo. Ou seja, o Brasil obriga os fabricantes a pagarem impostos consideravelmente pesados, que torna o cigarro caro e, portanto, menos conveniente no dia a dia.

Dessa forma, ao vender produtos ilegais, os comerciantes sabotam os efeitos dessa política.

Curiosamente, entre 2012 e 2016, o consumo de cigarros legais diminuiu – junto com uma queda na prevalência de fumantes. Já as versões irregulares ganharam popularidade, infelizmente.

Além do perigo relacionado aos menores de idade, há o risco da falta de testes de qualidade. Ora, se qualquer cigarro já faz mal por todas as suas substâncias nocivas, imagine nos maços em que não há qualquer controle de qualidade.

“Diante da prevalência de quase 40% do consumo de cigarros ilegais no Brasil, iniciativas que visam coibir essa tendência devem ser estimuladas, com o fim de aprimorar as políticas de combate ao tabagismo no país”, afirma, em comunicado à imprensa, o supervisor da Gerência Geral de Registro e Fiscalização de Produtos Fumígenos, Derivados ou não do Tabaco (GGTAB), Renato Alencar Porto.