Atenção Governador saúde pública está uma vergonha Família consegue liminar na Justiça, mas paciente morre horas depois.
A família da aposentada Tereza Bispo Sena, de 76 anos, conseguiu uma liminar para transferí-la do Hospital Municipal de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), onde estava internada desde o dia 13/03. Tarde demais, ela morreu poucas horas depois de conseguir a sua transferência para o Hospital de Medicina Humana de Candeias.
Os familiares contaram que fizeram vários pedidos de transferência da paciente para outro hospital, mas não conseguiram. Após dias tentando vaga em outros hospitais, a família conseguiu uma liminar do Tribunal de Justiça na última sexta-feira (29/03), mas a idosa só foi transferida as 15 horas deste sábado (30/03) – 27 horas depois da determinação judicial – já quando o estado de saúde de Tereza estava praticamente irreversível, segundo a família. “A ambulância demorou de chegar. Quando enfim foi transferida, o médico disse que só um milagre poderia salvar ela”, revelou a família. A aposentada não resistiu e morreu na manhã deste domingo (31/03). Tereza foi sepultada no Cemitério São Miguel de Cotegipe. A família promete entrar com uma ação judicial contra o estado e o município.
Tereza é mais uma simoõesfilhense vítima do precário sistema de saúde do município. Ela não é a primeira e pelo jeito não será a última fatalidade a ocorrer com os moradores da cidade. Casos como o dela tem sido cada vez mais recorrentes, devido a um hospital sem estrutura para atender pacientes graves.
ENTENDA O CASO
Tereza Bispo Sena estava internada no Hospital Municipal de Simões Filho, que não dispõe das necessidades básicas que pudesse melhorar o seu quadro de saúde, e desde então estava vivendo com ajuda de aparelhos e sedativos.
Ainda segundo a família, o estado da idosa se tornou ainda mais complicado pelo fato de dona Tereza ter sido acometida por uma doença respiratória, há alguns anos e recentemente os médicos detectaram a presença de líquidos em seus pulmões.
Por causa da evolução do quadro, a paciente necessitava realizar, em caráter de urgência uma tomografia computadorizada e um exame de aspiração, procedimento que não se tem suporte no hospital da cidade. Por conta disso, a idosa não teve o tratamento adequado, porque não se sabia exatamente o que é que ela tinha. A parti daí, passou a depender da Central de Regulação do Governo do Estado da Bahia. A aposentada não resistiu e morreu na manhã deste domingo (31/03) após ser transferida.