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29 September 2024

MEC corta 30% do orçamento anual da Ufba; reitor se pronuncia

O Ministério da Educação (MEC) vai cortar 30% do orçamento anual da Universidade Federal da Bahia (Ufba), por não apresentar, segundo o ministro Abraham Weintraub, o ‘desempenho acadêmico esperado’ e promover ‘balbúrdia’ em seus campi. Em entrevista ao Portal A TARDE, o reitor da Ufba, professor João Carlos Sales, confirmou que o bloqueio foi feito no orçamento da instituição.

Segundo o reitor, a instituição estranhou o fato de estar na lista de cortes. “Primeiro que não concordamos com isso de ‘confusão’ no campus, porque a faculdade é o lugar de produção do conhecimento, de pesquisa, de extensão, de democracia, de liberdade de expressão e de discussão cuidadosa de assuntos relevantes para a sociedade. Segundo que nossos indicadores acadêmicos têm crescido e melhorado significamente nos últimos anos”, ressalta João Carlos Sales.

Em relação a queda de desempenho citada por Abraham Weintraub, o ranking da publicação britânica Times Higher Education (THE) mostra a Ufba, junto com a UnB, como as universidades com melhor avaliação na última edição.

Na classificação de melhores instituições da América Latina, a universidade baiana passou da 71ª para a 30ª colocação em 2018. Já a Universidade de Brasília passou da 19ª para a 16ª. As duas universidades também apareceram entre as 400 melhores instituições no mundo nos cursos da área de saúde. No rackink, a UFF se manteve no 45º lugar.

Além da Ufba, a Universidade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) também sofrerão os cortes. De acordo com o MEC, as três universidades tiveram 30% das suas dotações orçamentárias anuais bloqueadas, medida que entrou em vigor na semana passada.O anúncio do corte foi feito pelo ministro e publicado pelo jornal Folha de São Paulo.

Segundo Weintraub, as universidades estariam permitido a realização, em suas instalações, de eventos políticos, manifestações partidárias ou festas consideradas inadequadas ao ambiente universitário.

“A universidade deve estar com sobra de dinheiro para fazer bagunça e evento ridículo”, disse o ministro, que considera a situação uma ‘bagunça’: “Sem-terra dentro do campus, gente pelada dentro do campus”, completou.

A medida entrou em vigor na semana passada. Os cortes do MEC atingem as despesas discricionárias, que são destinadas a arcar com os custos dos gastos como água, luz, limpeza, bolsas de auxílio a estudantes, etc. Já os recursos destinados ao pagamento de funcionários são obrigatórios e não podem ser reduzidos.

O professor João Carlos também informou à reportagem que a Ufba está analisando o caso para tomar as medidas cabíveis.