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27 September 2024

Sem verbas para terminar Campus, UFSB vive de puxadinhos

Devido ao maior bloqueio de orçamentos entre as institições federais, imposto pelo Ministerio da Educação, a UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) tem cerca de 54% de sua verba retida. O recurso seria destinado para custeio de contas gerais e materiais, além de inestimentos em obras e euipamentos, seundo dados da instituição são R$ 17 milhões, ao todo.

Com o impacto, em julho ocorreu a paralisação na construção do novo campus Jorge Amado, em Ilhéus (a 310 km de Salvador e a 30 km de Itabuna, onde fica a reitoria). A expansão das instalações dos outros dois campus, nas cidades de Porto Seguro e Teixeira de Freitas, também estão paradas.

O diretor de planejamento, Franklin Matos, informou ao Bocão News que o ambiente é de extrema incerteza. Segundo ele, apenas com obras a dívida da instituição é de R$ 6,2 milhões. O revés é mais sentido do que em outras federais porque, além de ser muito nova, a UFSB nasceu sem uma estrutura física pronta. Até hoje, vive de puxadinhos.
“A universidade não é lugar-comum, está aquém do lugar-comum. Precisava ter um tratamento diferenciado e, definitivamente, não tem”, afirma Rogério Quintella, pró-reitor de pesquisa e pós-graduação.

Enquanto as obras em Ilhéus não são concluídas, o campus Jorge Amado funciona num galpão adaptado, a 10 km do centro de Itabuna. Na biblioteca, há cinco mesas de leitura e pouco mais de dez prateleiras. Livros ficam guardados em caixas.

A estrutura improvisada abriga 1.006 alunos de engenharia (florestal; agrícola e ambiental; e ambiental e da sustentabilidade) e também do chamado primeiro ciclo. Em Porto Seguro (a 276 km de Itabuna), são 1.028 estudantes, nos cursos de biologia, oceanologia e direito, entre outros; em Teixeira de Freitas (a 374 km da sede), são 999, em medicina e psicologia.

A reitoria e a administração funcionam em um edifício vizinho, alugado. Por lá, cartazes nas paredes exibem um pedido: “Deixe-nos crescer”.

Procurado, o MEC disse ter liberado, na última segunda (30), R$ 1,15 bilhão para as universidades, acrescentando que não “possui ingerência sobre os processos de pagamentos que estejam a cargo de suas unidades vinculadas”.