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25 September 2024

Petrobras faz vistoria e diz que não há mancha de óleo no entorno de Abrolhos na Bahia

A Petrobras informou, por meio de nota divulgada nesta última quarta-feira (30), que não foi identificada nenhuma mancha de óleo no entorno de Abrolho, área que abriga a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul e que fica entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. Na Bahia, já são 24 municípios afetados pelas manchas.

A companhia diz que representantes da empresa realizaram sobrevoo, no fim da manhã, em helicóptero da Petrobras, com representantes do Ibama, da Marinha e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema), e que não foi detectado nenhum vestígio do óleo na região.

A preocupação com a chegada do óleo em Abrolhos aumentou após a substância ter sido registrada em Belmonte, que é até agora o município mais ao sul da Bahia afetado e que fica a cerca de 100 km (em linha reta) da região. A chegada do óleo em Belmonte foi registrada na terça-feira (30) pela Defesa Civil da Bahia.

Preocupados e na tentativa de evitar que o óleo chegue a Abrolhos, muitos pescadores montaram uma verdadeira ‘operação de guerra’, com o auxílio de voluntários. Sem recursos emergenciais ou equipamentos do poder público, eles usam materiais dos próprios pescadores ou disponíveis no ambiente, como barcos de variados tamanhos, puçás, redes e cortinas feitas com siripoias e galhos de casuarina para evitar o avanço da substância.

A Petrobras ainda disse, por meio da nota, que não realiza nenhuma operação de exploração e produção de petróleo na área onde teria sido visualizada a mancha citada nos estudos da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Conforme os pesquisadores, foram identificadas manchas característica de óleo, na região sul da Bahia. O pesquisador Humberto Barbosa, da Ufal, levantou a hipótese de a poluição nas praias ter sido causada por um “grande vazamento em minas de petróleo”. Tanto a Ufal como a UFRJ analisaram imagens de um satélite europeu.

A Marinha, no entanto, negou relação entre as imagens e o petróleo nas praias nordestinas. A Petrobras afirmou que análises realizadas pelo seu Centro de Pesquisas comprovaram que o óleo que atingiu o litoral do Nordeste não é produzido nem comercializado pela companhia.

O petróleo, segundo a empresa, é formado a partir da matéria orgânica contida em sedimentos, que foram depositados há milhões de anos. Essa matéria orgânica é constituída por restos de microorganismos que viveram em mares ou em lagos e apresentam em sua constituição moléculas características que os definem biologicamente e ambientalmente, chamados biomarcadores.

Os biomarcadores das amostras de óleo recolhidas no Nordeste, diz a Petrobras, não possuem características compatíveis com os óleos provenientes de reservas do pré-sal. A Petrobras disse que tem atendido às requisições do Ibama para monitoramento de possíveis anomalias detectadas por satélites. Para isso, tem realizado sobrevoos regulares com helicóptero, além de disponibilizar dois navios recolhedores de óleo em locais com eventuais suspeitas de manchas.

A companhia destacou que, mesmo não sendo a responsável pelo vazamento, tem atuado com força-tarefa de 500 agentes ambientais em diferentes localidades e disponibilizou mais de 10 mil equipamentos de proteção individual, embarcações, drones e aeronave, tendo recolhido cerca de 400 toneladas de resíduos desde o início dos trabalhos. A Petrobras afirmou, também, que o foco permanece no apoio às atividades de contenção e limpeza das áreas atingidas. G1