Feminicídio cresce em salvador e região metropolitana
Comparação é entre os meses de janeiro e fevereiro, com dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP)
Nos meses de janeiro e fevereiro de 2020, 25 mulheres foram assassinadas em Salvador e Região Metropolitana (RMS). Os dados, levantados pelo CORREIO junto aos boletins da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP), através do projeto Mil Vidas, mostram aumento no número de mortes de mulheres pela primeira vez desde 2014, quando 35 mulheres tinham sido mortas.
Embora não seja possível, ainda, dizer quantos destes casos se enquadram como feminicídios – quando a mulher é morta justamente pelo fato de ser mulher -, os dados chamam a atenção para uma violência que as tem como alvo. No ano passado, 113 mulheres foram assassinadas em Salvador e RMS – 18,9% a mais do que as 95 mortas ao longo de 2018.
Segundo o relatório, embora as mulheres não sejam a maioria das vítimas dos homicídios no Brasil – nem na Bahia – elas têm sido cada vez mais vítimas de violência sexual. De 2009 a 2017, esse tipo de registro cresceu 887% na Bahia. Neste intervalo de oito anos, 6.975 mulheres sofreram algum tipo de violência sexual no estado.
O que chama atenção, no entanto, é a escalada no número de casos: em 2009, foram 121 registros, enquanto oito anos depois, 1.194 mulheres foram parar em unidades de saúde após sofrerem violência sexual.
As três maiores cidades do estado também concentram os maiores índices de crescimento. Salvador teve alta de 2.464 casos de 2009 a 2017, embora os números estejam caindo desde 2015. Vitória da Conquista teve aumento de 1.750%, mesmo com queda acentuada de 2016 para 2017. Já Feira de Santana teve crescimento de 130% no número de casos – e eles vêm subindo pelo menos desde 2015.